Fizemos um processo de descoberta no último curso e agora falaremos de um dos pontos mais importantes do ciclo de vida de uma startup, ou seja, montar o seu MVP do jeito certo!
Neste curso, falaremos de tudo relacionado ao MVP:
Além disso, traremos alguns cuidados e dicas para você não se perder nesta fase, seja com relação ao tempo ou na tomada de decisões a respeito da sua solução inicial.
Tem dúvidas sobre o MVP? Já tentou criar um produto que não teve tração? Vem com a gente que explicaremos tudo sobre este assunto!
Então, você fez um processo de descoberta bem feito e já tem clareza sobre o problema que visa resolver. Agora, você está na etapa de construir o seu mínimo produto viável (MVP).
Comecemos pelo início:
MVP é uma abreviação em inglês para mínimo produto viável. Este produto corresponde à solução mais simples que resolve (ainda que parcialmente) o problema de parte do seu público-alvo.
No esforço de construir o MVP, é importante destacar a palavra mínimo. Pessoas fundadoras de perfil mais técnico, às vezes, tem um capricho maior para fazer um produto tecnicamente bacana e resolver o problema. Este não é o objetivo do MVP! Isso virá posteriormente, quando buscarmos o product-market fit.
Na fase do MVP, a velocidade é primordial: precisamos produzir rápido, ainda que seja para resolver apenas uma parte do problema, atingindo um subgrupo da persona que visamos atender.
O objetivo do MVP não é obter uma aprovação do(a) cliente semelhante àquela que conseguiremos no produto final, mas conseguir a utilização do produto por parte das pessoas. Com base nisso, queremos obter feedback para poder iterar o MVP.
É muito comum vermos pessoas de perfil mais técnico buscarem soluções mais completas ou sentirem vergonha ao lançar um produto que está incompleto. É justamente isso que queremos nesta etapa: lançar um produto rapidamente, ainda que incompleto.
Isso porque, às vezes, podemos acreditar que temos a melhor maneira de resolver um problema em mãos, mas a nossa crença se prova infundada. Isso porque o(a) cliente acaba usando a solução de uma maneira distinta daquela que pensamos inicialmente.
O objetivo, então, é ter a oportunidade de sentar ao lado do(a) cliente que está usando o MVP e observar como essa pessoa resolve (ou não) um problema com aquela versão do produto. A ideia é termos algo para mostrar ao(à) cliente e, posteriormente, poder iterar essa solução.
Isso é muito importante para não entrarmos em um ciclo de desenvolvimento que se arraste por meses. Falaremos do tempo ideal de desenvolvimento de um MVP, mas você verá que se trata de semanas e não de meses. Por isso, é importante ter um escopo definido.
Se você ainda está com dúvidas, traremos exemplos no próximo vídeo para deixar a explicação mais clara. Nos vemos lá!
Caso você ainda tenha dúvidas, a figura abaixo te ajudará a entender o que é e o que não é um MVP. A diferença é sutil, mas o exemplo servirá para trazer mais clareza sobre os próximos passos e sobre como conduzir o processo de forma que o seu produto tenha as características de um mínimo produto viável.
As duas partes da imagem ilustram o ciclo de produção de um veículo. Porém, o ciclo da parte de cima começa com um pneu, em seguida forma o eixo, a carenagem e, por último, o carro completo.
Neste caso, os(as) clientes só terão a sensação de entender o que é o produto no estágio final, ou seja, quando o carro estiver pronto. Esse(a) cliente se mantém insatisfeito(a) durante todas as etapas do processo, ficando feliz apenas na última.
Comparando com o ciclo da parte de baixo da imagem, começamos com um skate, em seguida temos um patinete, uma bicicleta, uma moto e, por último, um carro. Qual a sutileza que devemos entender para montar o nosso MVP? Precisamos entregar valor para os(as) clientes da maneira minimamente viável.
Pensemos qual o problema enfrentado pelo(a) potencial cliente, mapeado durante o processo de descoberta: possivelmente essa pessoa deseja ir do ponto A para o ponto B.
Neste cenário, devemos considerar que o skate é instável e pouco seguro (podemos cair e nos machucar ao usar este meio de transporte). Ainda assim, ele resolve o problema de alguma maneira.
Aos poucos, vamos iterando a solução: saindo do skate e indo para o patinete, deste para a bicicleta, desta para a moto e, por fim, usamos um carro. Note que conseguimos resolver minimamente o problema da persona desde o primeiro produto disponível.
Se optamos pelo processo de cima, em que o primeiro estágio da produção contém apenas uma roda, o(a) cliente não conseguirá ir do ponto A para o ponto B com ela.
Isso acontece com certa frequência: algumas pessoas empreendedoras optam por desenvolver um produto que só entrega valor ao fim do ciclo, quando a solução já está pronta.
Neste caso, achamos que os(as) clientes ficarão feliz com isso, mas nem sempre é assim que funciona. Existem muitas startups que morrem antes de começar a interagir com seus(suas) clientes.
Por outro lado, acontece de oferecermos um produto e nos frustrarmos porque o retorno que obtemos da persona é "o que eu vou fazer com isso?". Trouxemos essa imagem para o vídeo porque ela ilustra que precisamos entregar valor desde o início da construção do produto.
O valor entregue é sinônimo da solução de um problema.
Perceba que só teremos o problema bem mapeado se executarmos bem a etapa de descoberta. Não ter a certeza de qual é o problema a ser resolvido nos coloca em um caminho de desenvolvimento que não chega a lugar algum.
Por isso, as coisas precisam seguir uma ordem. A boa execução em uma startup passa por: 1) fazer um bom processo de descoberta focado no problema; 2) começar a construir uma solução. É comum invertermos essa ordem, mas isso tende a não funcionar.
O produto até pode ser aceito pelo mercado, mas isso ocorrerá contando com a sorte. Em termos de método, a ideia é aumentar a chance de sucesso de uma startup. Neste caso, o processo de descoberta sempre precede a construção do MVP.
O ciclo na parte inferior da imagem demonstra que a ideia é entregar valor para o(a) cliente e, a partir dos diálogos com ele(a), melhorar o produto.
O foco do MVP é a utilização do produto: queremos que a pessoa use o skate primeiro para, em seguida, obtermos feedback sobre o desempenho do skate na resolução do problema (ir do ponto A para o ponto B).
Com isso, é possível que as pessoas usuárias nos digam que conseguiram executar o trajeto, mas caíram no meio do caminho. Por isso, elas acreditam que seria útil ter alguma forma de apoio para as mãos. Nesse contexto, a próxima etapa da iteração seria o patinete.
Um MVP bem construído e em diálogo com as potenciais pessoas usuárias nos dará mais clareza sobre o roadmap do produto, ou seja, quais as próximas funcionalidades que devem ser acrescentadas ao MVP.
A chave não é obter a aprovação das pessoas no sentido de elas elogiarem o MVP. Nós queremos que elas usem o skate para sabermos como (e se) o valor está sendo extraído deste produto. Assim, o(a) cliente nos orienta a respeito de qual caminho seguir.
Trouxemos essa figura para exemplificar o que é e o que não é um MVP. A seguir, veremos mais detalhes sobre como montá-lo e quais as etapas principais do seu processo de construção. Assim, começamos com passos pequenos, mas construindo um produto bem feito e que atenda às demandas iniciais dos(as) clientes. Nos vemos no próximo vídeo!
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