Olá! Sou Roberto Sabino, instrutor da Alura e estou aqui para começarmos o curso de Governança TI: Gestão de Mudanças Organizacionais de TI.
Autodescrição: Homem de pele clara, olhos castanhos, cabelos escuros e barba média escura, mas com fios brancos. Está usando uma camisa preta e está sentado em uma cadeira de encosto de couro estofado preto. À frente dele tem um microfone e o fundo é um degradê do azul mais escuro, no topo, para o mais claro, embaixo.
A ideia desse curso é falarmos de gestão de mudanças, que é uma parte específica dentro da governança de TI. As pessoas que usam esse conhecimento no dia a dia da sua profissão são profissionais de governança em TI ou pessoas desenvolvedoras que trabalham em uma equipe de desenvolvimento de produtos, porque têm que seguir um pouco o roteiro de uma gestão de mudanças.
Trabalharemos para entender uma mudança corporativa, depois uma mudança de TI, para enfim entender o termo técnico que usamos dentro da área de TI, a gestão de mudanças. Nesse processo veremos algumas práticas e algumas ferramentas, como a prática DevOps.
Passaremos um conhecimento muito importante para você que está trabalhando em desenvolvimentos de produtos e precisa fazer com que esses produtos cheguem ao usuário final. Esse curso foi desenvolvido para você ter uma aprendizagem ativa, então você terá o fórum do curso e atividades para entrar em contato com esse conhecimento e aprender ainda mais.
Se percebeu que esse conteúdo é importante para você, te encontro na primeira aula!
Vamos começar mais uma jornada de aprendizado sobre governança de TI. Vamos falar sobre mudanças, sendo elas mudanças organizacionais, mudanças de TI e mudança dentro da governança. Eu sei que esse é um tema que trará um pouco de confusão, então começaremos tentando entender o que estamos dizendo quando falamos em mudanças organizacionais.
Começamos pela mudança organizacional porque ela é a origem de uma mudança de TI.
Definição: Trata-se de toda alteração realizada na estrutura de uma empresa com algum objetivo para responder às pressões externas ou internas.
Quando a empresa está estabelecida, ela produz algo, seja um serviço ou produto, e naturalmente essa empresa precisa evoluir para continuar fornecendo esse produto ou prestando esse serviço. Essa pressão pode ser externa, por exemplo, atualmente as empresas passam por uma pressão para digitalização dos produtos.
As pessoas clientes não querem mais ter que ligar e ficar esperando para falar com alguém quando tentarem resolver um produto, sendo que outras empresas resolvem os produtos de forma digital e rápida. Algumas delas tentam até ser mais rápidas do que isso, sendo proativas, e tudo isso feito através do uso de tecnologias.
Enquanto quando a empresa sente uma pressão externa como essa, ou uma pressão interna, por exemplo, quando a empresa percebe que seu produto pode ficar obsoleto ou que há uma grande melhoria a ser feita, isso irá gerar uma mudança organizacional. Essa mudança organizacional sempre terá um objetivo por trás dela.
Alguns autores dividem essas mudanças, e podemos estudar como as empresas passam por elas. Porém, eu queria fazer uma colocação importante: não vamos nos preocupar com o nome de cada uma dessas mudanças.
É legal conhecer e saber quais são as categorizações que as pessoas autoras usam para mudanças organizacionais, mas isso pode ser diferente de uma pessoa autora para outra e também em determinados contextos. Eu trouxe uma divisão em quatro tipos diferentes para conhecermos.
Na mudança evolucionária, a empresa, que presta algum tipo de serviço ou tem um determinado tipo de produto, vai evoluir para prestar esse serviço de forma mais eficiente, ter um produto melhor ou até para reduzir custos operacionais. A empresa criará uma mudança organizacional para evoluir, seja por uma pressão interna ou externa.
A empresa também pode passar por uma mudança incremental. A diferença entre uma mudança evolucionária para uma mudança incremental depende muito da análise.
Ainda assim, podemos dizer que a mudança evolucionária muda um pouco o patamar da empresa, ou seja, ela passa a competir com empresas diferentes e abarca um mercado um pouco maior. Na mudança evolucionária, a empresa passa a ter um produto mais competitivo com produtos de ponta.
Já a mudança incremental seria um incremento no que a empresa já faz. Então a empresa tem um determinado produto e ela acrescenta uma nova funcionalidade nesse produto que, não necessariamente, muda o patamar da empresa.
Particularmente, eu acredito que podemos enquadrar a mudança ora em evolucionária, ora em incremental, sem fazer muita diferença. A menos que estejam estudando algum tema específico para uma certificação, esse intercambiamento é possível, se não, vocês precisam usar as definições que estão sendo utilizadas naquele contexto.
Existem outras mudanças que podem ser mais facilmente diferenciadas, por exemplo, a mudança revolucionária, que muda totalmente a forma como a empresa está trabalhando. A empresa pode, por exemplo, mudar de setor, mudar o serviço que ela está prestando, mudar como ela está criando ou mantendo um produto e até mudar totalmente de produto.
Pode ser uma empresa que presta serviços de consultorias para mercados financeiros e, de repente, ela decide vender brinquedos. Talvez essa mudança seria revolucionária demais, mas a mudança revolucionária é totalmente disruptiva e muda o formato da empresa trabalhar.
Também existe a mudança transformacional, que atualmente está muito em voga. Ela transforma a maneira como a empresa está produzindo ou prestando o seu serviço e é muito próxima de algumas coisas do nosso dia a dia. Por exemplo, quando falamos para profissionais de tecnologia sobre a transformação digital, temos uma mudança transformacional que mudará como a empresa está trabalhando no mundo digital.
Portanto, a transformação digital é uma mudança de mentalidade pela qual as empresas passam com o objetivo de se tornarem mais modernas e acompanharem os avanços tecnológicos que não param de surgir. Estamos em um período que as empresas estão passando pela transformação digital, que é uma mudança organizacional.
A partir de agora teremos mais atenção porque, em breve, aprenderemos o que é uma mudança de TI. Quem é muito técnico de TI pode dizer "a mudança de TI que eu conheço não tem nada a ver com isso". Tem a ver, e vamos chegar nesse ponto.
Mas aproveitando que estamos falando de mudanças transformacionais, e já falamos da transformação digital, podemos falar também da transformação ágil, que é outro tipo de transformação. Ela pode acontecer totalmente independente da transformação digital, mas, normalmente, estão conectadas.
A transformação ágil é o processo de transição de uma organização para uma abordagem ágil, ou seja, colocando o consumidor no centro e buscando entregar valor de forma constante indefinidamente. Notem que não estamos falando necessariamente de desenvolvimento de software.
Atualmente a transformação ágil, ou agilidade, já transcendeu o desenvolvimento de software. Ainda assim, é verdade que nós, da área dev, às vezes conectamos a ideia de transformação ágil com a ideia de um método ágil, para o desenvolvimento de software, framework ou metodologia. Isso não está totalmente errado, mas precisamos saber que o mercado atual já vê a transformação ágil como algo muito mais abrangente.
Começaremos a entender a conexão que há entre uma mudança organizacional e uma mudança de TI. Essa mudança pode ser transformacional, mas às vezes uma transformação ágil pode ser uma mudança revolucionária, porque a empresa pode mudar totalmente a forma de atuar se ela for para o mundo mais digital ou para o mundo ágil.
Para técnicos da TI, a conexão entre as mudanças organizacionais e as mudanças de TI já é algo do dia a dia. Então vamos entender como essa conexão ocorre. A primeira coisa é que, para atingirmos esse objetivo da mudança organizacional, precisamos cumprir alguns passos, sendo eles:
Tudo isso vem com a ideia de transformação ágil. Às vezes vem com a ideia de transformação Lean, como algumas empresas chamam, porque aplicam o pensamento Lean, por exemplo, na prestação de serviço. Isso faz com que tenhamos uma conexão total com a TI.
Nós vivemos, há algum tempo, a 1ª Revolução Industrial, marcada pela chegada das máquinas a vapor. Isso foi uma revolução porque, com a chegada dessas máquinas, a produtividade das empresas aumentou muito.
Depois passamos pela 2ª Revolução Industrial, marcada pela chegada da eletricidade. Em seguida tivemos a 3ª Revolução Industrial, com a chegada da computação.
Agora estamos vivendo um período em que a Alemanha cunhou um termo para chamada 4ª Revolução Industrial, que é a revolução da Inteligência Artificial. Também engloba outros tipos de tecnologia, como IoT (Internet das Coisas), Big Data e várias outras tecnologias já estão revolucionando a forma como trabalhamos.
O mais importante é que essas tecnologias fizeram com que os produtos tivessem a tecnologia entremeada nesses produtos ou serviços. Isso significa que atualmente não é possível separar totalmente tecnologias de produtos ou negócios.
As coisas estão conectadas de forma que uma mudança organizacional exigirá uma mudança de tecnologia. É sobre isso que aprenderemos na sequência.
Agora fica a pergunta: onde está a TI nessas mudanças?
Acredito que terão pessoas com impressões diferentes. Isso porque, entre 2014 e 2015, eu comecei a vivenciar a transformação digital, a transformação ágil ou a 4ª Revolução Industrial.
Não é muito fácil precisar o que estava acontecendo nessa empresa em que eu estava, mas era uma empresa gigantesca, uma das maiores do Brasil, e vivemos um período grande de transformação. Tinha mais elementos de transformação ágil, pelo menos eu considero assim, porque a empresa já tinha uma digitalização alta, ou seja, era uma empresa bastante digital.
Porém, também estava ocorrendo uma transformação digital por trás desse processo porque muitas coisas estavam mudando. Contudo, ainda hoje, essa é uma empresa com um lucro líquido muito acima da maioria das empresas brasileiras, por isso era uma empresa que investia muito em tecnologia.
O que eu vivi nessa empresa entre 2014 e 2015 talvez, para maioria das empresas, seja 2025. O que estou querendo dizer é que essa empresa já estava vivendo algo que, provavelmente, as empresas um pouco menores ainda viverão, ou seja, esse nível de transformação ágil e digital que vivi nessa empresa.
Eu vejo hoje, prestando consultoria para algumas empresas, que ainda há muito o que caminhar em tecnologia. É aqui que começamos nossa explicação sobre onde está o departamento de TI dentro dessas mudanças organizacionais.
Vamos usar a transformação ágil como exemplo. Imaginem que uma empresa decidiu fazer a transformação ágil, no caso, levar o conceito de agilidade, principalmente para o desenvolvimento de software.
Em 2014 eu vivi esse movimento vindo de dentro da área de tecnologia. Na verdade, o movimento de agilidade dentro da tecnologia começou antes de 2014. O manifesto ágil é de 2001, mas nessa época ainda não falávamos em agilidade no Brasil.
Em 2001, eu já trabalhava no mercado de desenvolvimento de software e já tinha utilizado um método ágil, que era o MSF (Microsoft Solutions Framework ou Ferramenta de Soluções Microsoft). Esse era um método muito interessante, mas aparentemente não deu certo. Não sei se a própria Microsoft utiliza uma versão nova disso e se outras empresas a utilizam.
A verdade é que no MSF tinham funcionalidades parecidas com o Scrum e com o Kanban, mas ele era um método um pouco mais simples. Ainda assim, era um método ágil e já com esse propósito de sê-lo.
Na publicação do manifesto ágil já havia alguns métodos ágeis, mas o Brasil as empresas não viam isso como um motivo para transformação. Não havia uma pressão externa que fizesse com que as empresas tivesse esse comportamento. Essa pressão surge muito depois.
Atualmente ainda temos empresas que não estão plenamente transformadas com a transformação ágil. É verdade também que, quando falamos de transformação ágil ou transformação digital, algumas veze precisaremos de um tempo grande para que isso aconteça, e não existe limite para isso.
Porém, o que estou dizendo é que ainda existem empresas que não sabem usar a agilidade, assim como tem empresas que estão brigando entre Scrum e Kanban para decidir qual método é melhor. Assim elas não ganham o benefício de nenhuma das metodologias, porque as pessoas ficam brigando para decidir qual é a melhor.
A verdade é que a transformação digital, assim como a transformação ágil, transforma profundamente a empresa. Provavelmente é uma mudança revolucionária, como vimos no começo, mas são mudanças imprescindíveis.
O ponto onde queremos chegar é que, em muitas empresas, essas mudanças começam na área de tecnologia, ou são mais importantes na área de tecnologia, ou quem começa essa transformação é a área e tecnologia. Foi assim que eu vivi em 2014.
Eu era da área de tecnologia e tínhamos que fazer treinamentos para as outras áreas. Tínhamos que convencer as outras áreas a usar agilidade e a nos ajudar a desenvolver os sistemas no método ágil.
Havia uma série de problemas para fazer isso, porque a pessoa usuária, algumas vezes, não queria participar de uma seção. Então essa empresa criou um tipo de seção, e atualmente temos várias técnicas para isso, que são variações mais estruturadas do brainstorm (tempestade de ideias).
Portanto, havia algumas pessoas usuárias que não queriam essa mudança, e atualmente ainda existe a necessidade da área de tecnologia precisando promover essa transformação. Isso acontece, fundamentalmente, porque a transformação digital é algo que vem da tecnologia.
Normalmente a área de tecnologia que entende a necessidade dessa transformação e acaba sendo a responsável por implantá-la. Isso porque a área de negócios muitas vezes não quer essa mudança, ou seja, a influência da tecnologia no trabalho do dia a dia, por já estar acostumada a fazer o trabalho de determinada forma.
Essas novas tecnologias vieram para ficar, mas os estudos apontam que elas irão tirar empregos, e essa transformação vai acontecer. Por outro lado, essas novas tecnologias também criarão empregos. Então estamos aqui para entender essas novas tecnologias e participar desses novos empregos, ao invés nos preocuparmos com os empregos que serão descontinuados ou mudados.
Uma das tecnologias que surgem na quarta revolução industrial é o Big Data. Por isso atualmente temos tantas demandas por ciência de dados, manipulação de dados, business intelligence e uma série de questões relacionadas a essa manipulação de dados.
Outra tecnologia foi o Analytics. Olhando tecnicamente, Big Data e Analytics são conjuntos diferentes, mas estão envoltos no mesmo tipo de trabalho, que é o de utilizar dados para aportar valor ao negócio. Isso acontece tanto pela manipulação de uma grande quantidade de dados, quanto fazendo análises para gerar insights para o negócio.
Também temos uma tecnologia que há muito tempo promete revolucionar o mercado financeiro, que é o Blockchain. Essa revolução tem parecido mais com pequenas transformações, usando os termos que aprendemos.
O Blockchain já é utilizado em vários produtos, mas não houve uma revolução (com ênfase) prometida. Até as criptomoedas não tiveram a projeção que se imaginava.
Outra tecnologia nova que temos é a Inteligência Artificial. No momento em que estou gravando o vídeo, ela está em alto destaque, principalmente por causa do ChatGPT. Sabemos que, em pouquíssimo tempo, as tecnologias de inteligência artificial irão melhorar muito, porque provavelmente estamos em um ponto de inflexão dessa tecnologia.
Também veremos a evolução das demais tecnologias que foram mencionadas, assim como de outras, como IoT e computação na nuvem. E estamos falando sobre tudo isso porque a tecnologia passou a ser centro das mudanças organizacionais.
Se vocês estão trabalhando, ou pretendem trabalhar, com tecnologia também estarão no centro dessas mudanças, portanto precisamos entender como podemos participar e contribuir para isso. E para quem já está na área de TI há algum tempo, tem um termo que é mudança de TI, que tem uma conotação um pouco mais tecnológica e aprenderemos a seguir.
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