Olá, sou Roberto Pina, seja muito bem-vindo, muito bem-vinda a esse terceiro curso da série de preparação para Certificação PMI-CPI. Esse curso é voltado para o início do entendimento do método Agile Scrum.
O público alvo do nosso curso são analistas de sistemas e de negócios, gerências e coordenações de projetos, integrantes de áreas de governança, como PMOs (Project Management Office), pessoas que desejam atuar como Scrum Master ou Product Owner futuramente. Desenvolvedores e desenvolvedoras com interesse em migrar para funções mais ligadas à gestão, pessoas que já praticam o Ágil e desejam se certificar para reforçar suas credenciais e consultores em metodologias, gestão e transformação organizacional.
O contexto desse curso, como citei, é o terceiro da série preparatória para a certificação PMI-ACP, que é uma das certificações ágeis mais importantes. Trata-se de uma credencial global, importante para quem atua com projetos.
A nossa jornada vai além: essa série serve não só para conseguir o certificado, mas também para aprofundar o seu conhecimento a respeito do Agile.
Neste curso, vamos tratar dos gráficos de Burndown, vamos reforçar alguns conceitos como a gestão à vista, a questão dos impedimentos e outros que se relacionam com o Scrum e com o Ágil em geral. Vamos falar de tailorings e distorções do Scrum. Tailorings são adaptações. E veremos que essas adaptações, se não forem bem feitas, podem quebrar alguns pilares da doutrina do Ágil e levar a métodos com deficiências.
Essa questão da adaptabilidade dos métodos ágeis é bastante polêmica e é interessante que façamos uma reflexão, uma análise a respeito desse tema. Vamos ver também o uso do Scrum em projetos maiores, como se aplica o Ágil nesse tipo de projeto, dado que as equipes ágeis são tipicamente pequenas. Como nós fazemos para empreitadas de maior volume. E concluiremos com um estudo de caso e uma recapitulação geral dos conceitos.
Como benefícios para os participantes, nós temos um grande apoio à sua preparação para a certificação PMI-ACP, uma expansão e um aprofundamento a respeito da Cultura e dos Métodos Ágeis, e uma compreensão do Scrum, tanto na teoria quanto em situações reais.
Continuaremos trazendo alguns estudos de caso reais e algumas reflexões práticas do dia a dia, da experiência, para a reflexão. Vamos em frente para mais esse curso. E já vamos começar falando dos gráficos de Burndown.
Vamos então falar dos gráficos de burndown, esses gráficos eles são instrumentos de monitoração do avanço dos trabalhos, da completeza das implementações. No projeto tradicional, waterfall, quem faz isso é o cronograma, ele mostra como é que está o avanço dos trabalhos, se a equipe está adiantada ou atrasada, qual que é a taxa das entregas.
No Ágil não se trabalha com cronograma, trabalha-se com o burndown, que é o que nós vamos ver, e há dois tipos de burndown, o sprint burndown, e o release burndown.
O sprint burndown como o próprio nome sugere, ele se propõe a acompanhar cada sprint, então eu tenho um gráfico, onde a unidade do eixo vertical é aquela unidade que está sendo usada para os esforços associados as stories, homens hora ou story points, digamos assim.
Vamos dizer que estejamos trabalhando com story points, então a primeira coisa que é feita é marcar aqui no eixo vertical, aqui em cima, qual é a carga do sprint, digamos, 200 pontos, então marca aqui 200, no eixo horizontal eu tenho os dias correspondentes ao sprint e aqui no final o último dia correspondente ao término do sprint.
O que se espera ao longo do sprint? Que equipe começa com uma “dívida” de 200, que é a carga do sprint no momento zero nenhum story foi concluída ainda então a equipe está “devendo”, entre aspas 200.
E ao longo do tempo, ao longo do sprint, a equipe vai completando as histórias e vai reduzindo essa dívida, vai abatendo esses 200, de tal forma que no final idealmente entregou a última história, atingiu a meta do sprint e chega então a 0. Então essa é a dinâmica do burndown, é isso que nós temos como planejado.
E aí a cada dia na medida que as histórias vão sendo completadas, a equipe vai marcando realmente quanto da dívida dela entre aspas vai sendo abatida, então isso vai formando essa outra curva vermelha que é a curva do realizado.
Então cada queda dessa curva do realizado corresponde a quantidade de esforço correspondente as histórias que vão sendo completadas, então, por exemplo, no dia N que está sinalizado aqui, houve essa queda que corresponde então a quanto foi queimado em termos de histórias completadas até o dia N, essa é a dinâmica então do sprint burndown.
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O release burndown ele é análogo, só que ao invés de olharmos o sprint, estamos olhando o release todo, o produto todo, então partimos de uma quantidade total de esforço estimado para aquele produto, e do eixo horizontal temos diversos sprints, a cada sprint completado vamos abatendo, vamos descendo a curva do realizado correspondente a quantidade de pontos, a quantidade de esforço que foi entregue na forma de histórias completadas, essa é ideia do release burndown, ela é completamente análoga.
Uma primeira informação importante que o burndown nos informa, é se estamos adiantados ou atrasados, então veja essa situação, eu tenho aqui um burndown, onde a minha curva do realizado que é essa vermelha ela está correndo acima da curva do planejado, ela está caindo lentamente, ela não está caindo de forma muito acentuada, observe que se ela seguir essa tendência, se ela continuar com essa inclinação, vai chegar no final do sprint e a dívida inteira não vai ter sido abatida, ainda vai ter um conjunto de pontos aí que não foram entregues.
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Então nessa situação em que a curva do realizado está correndo acima da curva do planejado, dizemos que estamos atrasados, por outro lado, se a curva do realizado está correndo abaixo da curva do planejado, ela está bastante inclinada, significa o quê? Que estamos queimando rapidamente, observe que se seguir essa tendência essa curva vermelha vai tocar aqui no zero antes do término do sprint, nessa condição então em que a curva do realizado está correndo abaixo do planejado nós estamos adiantados.
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Para bem utilizar o sprint burndown, ele deve estar atualizado, atualização ela deve ser feita diariamente, completou a história, vai lá e baixa no gráfico do realizado o correspondente àquele esforço da história completada.
Qualquer um da equipe pode fazer essa atualização, não precisa ser uma prerrogativa exclusiva do Scrum Master e a equipe deve ficar de olho no burndown, porque ele mostra como é que está a velocidade dos trabalhos.
O que fazemos se queimarmos toda a nossa dívida antes do término do sprint? Ou seja, o sprint ainda não terminou, mas já zeramos, aquela curva ali do realizado já tocou zero, já chegamos na meta do sprint e ainda sobrou sprint, o que que fazemos? Descansa o resto do sprint ou encerra o sprint prematuramente? Qual é a melhor providência?
Encerrar o sprint não podemos porque isso viola aquele principio do timebox, no Scrum as coisas são timebox, ou seja, elas obedecem a cotas de tempo inelásticas, os sprints eles são timebox, eles têm sempre a mesma duração, então eu não posso esticar ou encolher sprints de acordo com a velocidade da equipe. O que se deve fazer então nessa situação em que já se queimou tudo e ainda sobrou sprint, adiciona mais histórias para serem feitas naquele sprint.
Então com o auxilio da figura do Produtct Owner mais histórias são trazidas e são carregadas para aproveitar então aquele resto de sprint, então graficamente nós temos essa situação, a curva vermelha do realizado, olha ela está prestes a tocar o zero e ainda existe um pedaço de sprint, então o que é feito? São adicionadas mais histórias, então é como se aumentássemos a nossa dívida.
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Então essa carga adicional ela corresponde a essa cota aqui, então feita essa carga adicional, a evolução ideal do sprint é que termine tudo que tem que ser feito, isso que foi adicionado no último dia do sprint, nem que sobre, nem que falte.
Então esse é o gráfico do burndown, essa é a ideia, é isso que ele serve, e essa é sua dinâmica de funcionamento, na sequência nós vamos ver um gráfico correlato ao burndown que é o burnup, vamos em frente?
Vejamos agora o gráfico de burnup, o gráfico de burnup ele tem o mesmo propósito do gráfico de burndown mas aqui a curva do realizado mostra a evolução das entregas e não um abatimento de uma dívida, tudo isso figurativamente falando, como acontece no burndown.
Então nós temos o seguinte, a curva do planejado, ela parte aqui da carga do sprint e fica dessa forma caracterizada, então, por exemplo, houve uma carga de 200, e aí eu coloco a curva do planejado nesse nível de 200.
Diferentemente do burndown onde a curva começa no 200 e vai a zero, aqui não, aqui a meta do sprint, ela não está no zero, ela está na quantidade de esforço planejado para o sprint, esse degrau que acontece aqui, está aqui apenas exemplificando, que o planejado ele pode sofrer uma atualização, por exemplo, a equipe fez a carga e depois percebeu que a carga não era essa, que, na verdade é um pouco acima, então foi feito uma correção aqui.
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Então esse tipo de degrau pode acontecer nos gráficos e mais para frente um pouco vamos analisar melhor essa questão do comportamento dos gráficos.
Mas o planejado então no burnup é caracterizado dessa forma, ele está aqui no nível da carga que foi designada para o sprint, e a meta então é chegar nesse nível, e não no zero, por quê? Porque a evolução do gráfico do realizado, vai se dando de baixo para cima, ela começa no zero onde não há nenhuma entrega e na medida que as histórias vão sendo completadas, os esforços correspondentes vão se somando e fazendo então essa curva do realizado subir.
A meta é, ao término do sprint a curva do realizado atingir ali a curva do planejado que está no nível da carga que foi designada para o sprint, então é a mesma filosofia só que ao contrário.
Devemos usar o burndown ou burnup? Como é que fica o uso desses dois tipos de gráfico que tem a mesma filosofia, o mesmo propósito, mas um quando eu vou realizando a curva desce, o outro quando eu vou realizando a curva sobe.
O mais tradicional no scrum é o burndown, porém, principalmente quando se deseja usar esse tipo de gráfico em outros negócios que não sejam desenvolvimento de software com Scrum, costuma-se usar algumas vezes o burnup, por razões ditas psicológicas.
Então determinadas equipes podem achar melhor a ideia de criar uma evolução na medida que eu vou entregar, em vez de abater uma dívida, algumas equipes pensam da seguinte forma, o burndown eu começo de um nível e o melhor que eu posso chegar é no zero a zero, então não dá aquela sensação de progresso, ao passo que usando o burnup, eu começo do zero, não tenho nada entregue e vou subindo e aí vou evoluindo na medida que eu vou fazendo as entregas, a curva vai subindo, vai dando uma sensação de evolução, de ganho, de que estou crescendo rumo a meta.
Isso é puramente psicológico, no fundo, friamente falando, ambos mostram a proximidade ou não da meta e ritmo em que as coisas estão evoluindo, só que um mostra de uma forma, o outro mostra de outra.
O importante é o seguinte, é que se use adequadamente o gráfico, e que não se faça uso desses gráficos para finalidades inadequadas, o que são as finalidades inadequadas? Quais seriam usos inadequados desses gráficos? Seja de burndown, ou seja, de burnup?
O uso inadequado é comparar desempenho de equipes, tem uma equipe A, uma equipe B, a equipe A está com um burndown mais bonito, está cumprindo sistematicamente as metas do sprint, está com uma velocidade maior e uma equipe B, ela está com uma velocidade sistematicamente menor.
Eu não posso dizer que a equipe A, é mais produtiva ou mais capaz que a equipe B, porque pode ser que a equipe B esteja enfrentando uma situação, um contexto de usuários mais difíceis, tecnologia ainda não 100% dominada, um produto muito mais complexo do que aquele da equipe A.
Então no desenvolvimento de produtos complexos, como, por exemplo, o software, cada contexto é único, então não dá para comparar, porque as situações das equipes e os produtos são diferentes, se A e B tivessem a mesma equipe, o mesmo produto e o mesmo contexto, aí talvez desse para comparar, mas isso é impossível, porque cada software é único, cada projeto está inserido em uma situação peculiar, então não dá para julgar.
Além disso, não é uma boa prática, o Ágil, ele não estimula esse tipo de comparação, porque pode gerar competição desnecessária, pode gerar inimizades e coisas que não são muito boas do ponto de vista motivacional, então não se deve comparar equipes com base nos seus burndowns.
Também deve-se tomar muito cuidado com avaliar equipes por cotas de desempenho, então eu coloco metas do tipo, olha, vocês tem que atingir sempre o sprint goal, se não vocês vão ser penalizados, ou se vocês fizerem isso vão ganhar um prêmio, enfim, colocar cotas de desempenho com premiações ou penalizações em cima.
Quando isso acontece não é saudável, porque a equipe ela vai pensar, bom eu estou sendo avaliado pelo burndown, vamos trabalhar para fazer com que o burndown termine o sprint da maneira mais bonita possível, essa vai ser a meta, em vez de entregar o máximo de valor para o negócio.
Se a equipe começar a ser penalizada, porque não está cumprindo a meta do sprint, nas próximas então vamos reduzir a quantidade de histórias carregadas para aumentar a probabilidade de entregar todas e cumprir a meta do sprint, então é isso, as pessoas reagem da forma que elas são avaliadas, e claro que isso não é a melhor coisa para o propósito de máxima adição de valor ao negócio. Então não se deve utilizar os gráficos com esse tipo de propósito, comparação, ou colocar cotas.
Usos melhores para os gráficos seriam ajustar o ritmo, a equipe ter um indicativo de como está a sua velocidade e saber então que precisa tomar algumas providências, e principalmente aprender e adaptar.
O burndown ele mostra como foi o sprint, ele é uma fotografia, ele é uma espécie de exame de sangue de como é que foi o ritmo da equipe, mostra se a equipe foi otimista ou pessimista nas suas estimativas iniciais, mostra como é que é o ritmo da equipe, são alguns insights que podem ser utilizados para a equipe aprender, aprender consigo mesma, utilizar o burndown e utilizar o que está acontecendo para sua evolução pessoal, como uma entrada a mais para as análises de melhoria contínua, esse é um bom uso do gráfico de burndown ou se burnup que seja.
Na sequência, nós vamos entrar mais a fundo nesse assunto, de interpretação dos gráficos e que tipo de dica ele está dando a respeito do funcionamento da equipe e como nós podemos utilizar isso daí para o bom propósito de aprender e adaptar, é a questão da sprint signature, vamos em frente?
O curso Certificação PMI-ACP: entenda mais sobre o Scrum possui 121 minutos de vídeos, em um total de 51 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Agilidade em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.
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