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SQLite: da instalação até sua primeira tabela

SQLite: da instalação até sua primeira tabela
Vinícius Louzada
Vinícius Louzada

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Autores: Vinicius Louzada e Marcelo Cruz

Introdução

No dia a dia de uma pessoa desenvolvedora é comum realizar algum tipo de armazenamento de dados, seja em planilhas, arquivos de texto ou até mesmo em um banco de dados tradicional. Porém, saber como realizar esse procedimento e qual ferramenta escolher pode ser uma tarefa difícil.

A escolha de um banco de dados pode variar devido a diversos fatores: quantidade de dados que serão armazenados, acessos, forma de disponibilização, segurança, escalabilidade, dentre outros.

Em cenários onde precisamos desenvolver aplicações mobile, páginas web estáticas ou projetos pequenos, o SQLite se torna uma excelente opção, pois possui vantagens como:

  • Fácil instalação, sendo que não precisa configurar um servidor para usá-lo.
  • Versátil, pois oferece suporte para diversas linguagens de programação.
  • Portátil, uma vez que o arquivo do SQLite é compatível com todos os sistemas operacionais, arquiteturas de 32 bits e 64 bits.
  • Além disso, é gratuito.

Nesse artigo vamos aprender a instalar e configurar o SQLite nos principais sistemas operacionais: Windows, Linux e MacOS.

O que é o SQLite?

O SQLite, ou também chamado de banco de dados incorporado, é uma biblioteca feita na linguagem C e de código aberto que armazena seus registros em um único arquivo, ao contrário dos Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBDs) tradicionais, que precisam obrigatoriamente de uma arquitetura cliente-servidor. Por sua praticidade e simplicidade, o SQLite está presente em aparelhos de televisão, aplicações mobile, desktop e web.

Grandes empresas usufruem do SQLite, por exemplo: A Google usa o SQLite em seu sistema operacional Android e no Chrome, seu navegador Web; A Microsoft usa o SQLite como componente principal do Windows 10 e em outros produtos; A McAfee usa SQLite em seus programas de antivírus.

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Instalando no Windows

Para instalar o SQLite no Windows, primeiro, devemos acessar a página de downloads do SQLite. Em seguida, devemos procurar os arquivos pré compilados para Windows e baixar o “sqlite-tools”, a terceira opção, conforme a imagem abaixo:

Imagem da página de downloads do SQLite, da sessão dos arquivos pré-compilados para Windows, com fundo branco. À esquerda, temos os links para realizar o download, com destaque para o terceiro e último link dessa sessão, e à direita temos as descrições de cada arquivo.

Logo após baixar o sqlite-tools, teremos um arquivo compactado com um nome semelhante a este: “sqlite-tools-win32-x86-3390200.zip”.

Vamos copiar este arquivo para a Unidade C, conforme a imagem abaixo:

Imagem do gerenciador de arquivos do Windows, com fundo branco, na pasta raiz da unidade C. Na parte de baixo, temos o arquivo compactado do sqlite tools compactado.

Agora, vamos descompactar este arquivo na pasta raiz da Unidade C. Clique com o botão direito em cima do arquivo e selecione a opção “Extrair aqui”, conforme a imagem abaixo:

Imagem do gerenciador de arquivos do Windows, com fundo branco, na pasta raiz da unidade C. Na parte de baixo, temos o arquivo compactado do sqlite tools, e temos aberto a janela de opções do arquivo, com destaque para a opção de “Extrair aqui”.

Obs: “Para este caso, foi utilizado o programa WinRAR para descompactar os arquivos”.

Após selecionar a opção “Extrair aqui”, os novos arquivos estarão em uma pasta com um nome semelhante a este: “sqlite-tools-win32-x86-3390200”. Conforme a imagem abaixo:

Imagem do gerenciador de arquivos do Windows, com fundo branco, na pasta raiz da unidade C. Na parte de cima, temos o arquivo compactado do sqlite tools, e abaixo temos a pasta extraída com o novo original.

Podemos renomear esta pasta para ficar com um nome mais curto e legível para nós, vamos renomeá-la para “sqlite3”:

Imagem do gerenciador de arquivos do Windows, com fundo branco, na pasta raiz da unidade C. Na parte de cima, temos o arquivo compactado do sqlite tools, e abaixo temos a pasta extraída com o novo nome.

Ao abrir a pasta “sqlite3” veremos 3 arquivos, conforme a imagem abaixo:

Imagem do gerenciador de arquivos do Windows, com fundo branco. À esquerda, temos alguns diretórios. Do centro até a direita, temos os arquivos executáveis do SQLite e suas informações principais. No topo, na barra de endereço, temos em destaque o caminho para o diretório do SQLite.

Feito isso, precisamos que o Windows reconheça o SQLite através do Prompt de Comando. Para isso, devemos adicionar uma variável de ambiente.

Para adicionar uma variável de ambiente, pesquise na barra de busca do Windows: “Editar as variáveis de ambiente do sistema”, conforme tela a seguir:

Imagem da tela de busca do Windows, com fundo preto. À esquerda, temos o resultado pesquisado e à direita suas informações.

Em “Propriedades do Sistema”, clique no botão com a opção “Variáveis de Ambiente”:

Imagem da janela de Propriedades do Sistema, com fundo branco. Nela, temos alguns itens, como Desempenho, Perfis de Usuário e Inicialização e Recuperação. Abaixo destes itens, temos destacado o botão de Variáveis de Ambiente.

Em “Variáveis do sistema”, vamos encontrar a variável “Path” e clicar no botão com a opção “Editar”.

Imagem da janela de Variáveis de Ambiente, com fundo branco. Contém duas seções, onde a primeira temos as variáveis de usuário e na segunda temos variáveis do sistema. Na seção de variáveis do sistema, temos como destaque a variável Path à esquerda, com seu caminho à direita.

Na sequência, vamos clicar em novo, e colar o caminho da pasta dos arquivos do SQLite que foram baixados: C:\sqlite3.

Imagem da janela de edição de variáveis do ambiente, contendo vários caminhos dispostos à esquerda, na vertical. À direita, temos alguns botões, na vertical. Em destaque, temos o caminho do SQLite e o botão de Novo.

Por fim, clique em OK.

Para verificar se foi instalado, vamos utilizar o Prompt de Comando do Windows. Para abri-lo, você pode utilizar o atalho do seu teclado através do botão windows juntamente com a tecla r (win+r). Ao utilizar este atalho, essa janelinha irá aparecer no canto inferior esquerdo da sua tela. Em seguida, basta digitar cmd e clicar em OK, dessa forma:

Imagem da janela Executar, com fundo branco. Através dela, iremos abrir o Prompt de comando, digitando cmd no campo Abrir, à esquerda, e clicando em OK, na parte inferior, mais ao centro, ao lado das opções Cancelar e Procurar, que estão à direita de OK.

Com o Prompt de Comando aberto, digite:

sqlite3

Ao executar o comando, você verá na tela a versão do programa, um texto informativo e a linha de comando do SQLite iniciada, como você pode ver a seguir:

Imagem da prompt de comando do Windows, com o comando para executar o SQLite. Como resultado, temos a versão do programa, um texto informativo e a linha de comando do SQLite iniciada.

Instalando no Linux

Em algumas distribuições do Linux o SQLite já vem instalado por padrão, então vamos fazer esta verificação antes de continuar. Abra o Terminal do Linux e digite o comando a seguir:

sqlite3

Se o SQLite já estiver instalado, você verá, assim como no Windows, a versão do programa, um texto informativo e a linha de comando do SQLite iniciada:

Imagem do terminal do Linux, com fundo de cor vinho. No terminal, estamos executando o comando para verificar se o SQLite está instalado, e como resultado temos a versão do programa, um texto informativo e a linha de comando do SQLite iniciada.

Caso não esteja, aparecerá que o arquivo ou diretório do SQLite não existe:

Imagem do terminal do Linux, com fundo de cor vinho. No terminal, estamos executando o comando para verificar se o SQLite está instalado, e como resultado temos um aviso de arquivo ou diretório inexistente, ou seja, o programa não está instalado.

Para instalar o SQLite, você deve digitar o seguinte comando:

sudo apt-get install sqlite
Imagem do terminal do Linux, com fundo de cor vinho. No terminal, estamos executando o comando para instalar o SQLite.

Ao executar o comando, aparecerá uma tela com informações sobre os conteúdos baixados do programa para realizar a instalação, como na imagem a seguir:

Imagem do terminal do Linux, com fundo de cor vinho. No terminal, estamos executando o comando para instalar o SQLite, seguido das informações sobre os conteúdos baixados do programa para realizar a instalação.

Pronto, agora temos o sqlite3 instalado na nossa máquina e voltamos à linha de prompt. Para verificar se está funcionando corretamente, execute o seguinte comando:

sqlite3

Com isso, deverá aparecer o prompt inicial da ferramenta, precedido de sqlite3>.

Instalando no MacOs

O sqlite3 já vem instalado por padrão em todas as versões mais recentes do MacOs. Para confirmar, primeiro você deve abrir o terminal.

Para isso, você pode utilizar o atalho do teclado Command + Barra de Espaço, que irá abrir o campo de busca do Spotlight e, neste campo, você pode procurar por terminal, conforme a imagem a seguir:

Imagem da barra de pesquisa do Spotlight, com fundo branco. Esta barra possui um ícone de lupa na ponta esquerda e um ícone de terminal na ponta direita. No campo de pesquisa, mais à esquerda, temos a palavra terminal, que estamos pesquisando. Abaixo do campo de pesquisa, temos o aplicativo do Terminal como resultado da nossa busca, destacado em azul.

Com o terminal aberto, podemos executar o SQLite através do seguinte comando:

sqlite3

Se o SQLite já estiver instalado, você receberá como resultado a tela de início do sqlite3, demarcada pelo comando sqlite>, como na imagem abaixo:

Imagem do terminal de comando do Mac, com fundo branco. No terminal, estamos executando o comando para verificar se o SQLite está instalado, e como resultado temos a versão do programa, um texto informativo e a linha de comando do SQLite iniciada.

Caso o sqlite3 não esteja instalado, você receberá a mensagem de comando não encontrado:

Imagem do terminal de comando do Mac, com fundo branco. No terminal, estamos executando o comando para verificar se o SQLite está instalado, e como resultado temos a mensagem de que o comando sqlite3 não foi encontrado.

E para instalar o sqlite3, primeiro instalaremos o gerenciador de pacotes do Mac: o HomeBrew. Com ele, é possível realizar diversas instalações através de um único comando. Para instalar o HomeBrew, abra o terminal e digite o seguinte comando:

/bin/bash -c "$(curl -fsSL https://raw.githubusercontent.com/Homebrew/install/HEAD/install.sh)"

Com o Homebrew instalado, podemos instalar o SQLite. Digite:

brew install sqlite

Com isso, ao digitarmos sqlite3 no terminal, deverá aparecer o prompt inicial da ferramenta, precedido de sqlite3>.

Bônus: Nosso primeiro Banco de Dados com SQLite

Agora que instalamos o SQLite em nosso sistema operacional, vamos praticar alguns dos principais comandos de SQL. Para isso, surgiu uma demanda da ByteBook, uma livraria específica de tecnologia que gostaria de começar a registrar seu catálogo de livros em um banco de dados.

Obs: Para este exemplo, escolhemos trabalhar com o Windows, mas não se preocupe, pois irá funcionar tanto no Linux quanto no Mac. A ideia é termos o SQLite instalado, independentemente do sistema operacional.

Primeiramente, vamos criar uma pasta chamada “bytebook” para armazenar nosso banco de dados. Neste exemplo, vou criar a pasta na Área de Trabalho (Desktop), conforme abaixo:

Imagem do gerenciador de arquivos do Windows, com fundo branco, no diretório da área de trabalho. Neste diretório, temos a pasta “bytebook”.

Agora, vamos abrir o terminal a partir dessa pasta. Com o terminal aberto, digite o seguinte comando:

cd desktop/bytebook
Imagem do prompt de comando do windows, com fundo preto. Na linha de comando, estamos navegando até a pasta “bytebook” que está localizada na área de trabalho.

Após realizar esses passos, vamos iniciar o SQLite. Para isso, devemos executar o comando sqlite3 seguido do nome do nosso banco de dados com a extensão .db, que diz respeito ao conteúdo armazenado do nosso banco de dados, dessa forma:

sqlite3 bytebook.db
Imagem do prompt de comando do windows, com fundo preto. Na linha de comando, estamos iniciando o banco de dados ByteBook.

Importante: Se o banco informado não existir, ele será criado; caso já exista, será apenas aberto, e assim poderemos executar comandos nele.

Após criar o banco de dados da livraria, vamos criar uma tabela chamada livros, onde iremos armazenar as principais informações dos livros.

A nossa tabela será criada utilizando o comando CREATE TABLE livros. Em seguida, entre parênteses, vamos informar os atributos do livro, que seriam o seu identificador, o seu título, nome do autor, quantidade de páginas e nome da editora, cada um com seu respectivo tipo de dado. O comando ficaria da seguinte forma:

CREATE TABLE livros(
id INTEGER PRIMARY KEY AUTOINCREMENT NOT NULL,
titulo VARCHAR(70) NOT NULL,
autor VARCHAR(100) NOT NULL,
qtd_paginas INTEGER,
editora VARCHAR(50)
);
Imagem do prompt de comando do windows, com fundo preto. Na linha de comando, estamos criando o banco de dados.

Pronto, acabamos de criar nossa primeira tabela! Para conferir se ela foi criada mesmo, utilizamos o seguinte comando:

.table
Imagem do prompt de comando do windows, com fundo preto. Na linha de comando, estamos criando verificando se a tabela foi criada.

Apareceu o nome da nossa tabela, ou seja, a tabela livros, isso significa que a tabela foi criada com sucesso.

Mas uma tabela vazia não tem muita utilidade, não é mesmo? Então, o próximo passo será inserir as informações de um livro no banco de dados.

Para esse objetivo, a ByteBook solicitou que já fosse inserido o lançamento do livro “Desbravando SOLID”, da editora Code House.

Para inserir um livro na tabela, utilizaremos o comando INSERT INTO livros, acompanhado dos nomes das colunas, entre parênteses. Em seguida, na outra linha, utilizaremos o comando VALUES, seguido dos valores de cada coluna entre parênteses, respectivamente, como podemos ver a seguir:

INSERT INTO livros (titulo, autor, qtd_paginas, editora)
VALUES (“Desbravando SOLID”, “Maria Clara”, 174, “Code House”);
Imagem do prompt de comando do windows, com fundo preto. Na linha de comando, estamos inserindo um livro na tabela livros.

Para vermos o que inserimos na tabela, utilizamos o comando SELECT FROM, dessa forma:

SELECT * FROM livros;
Imagem do prompt de comando do windows, com fundo preto. Na linha de comando, estamos consultando a tabela livros.

Todas essas informações que geramos através de comandos SQL, ou seja, a tabela livros e os dados que inserimos sobre um livro, são salvas no arquivo bytebook.db, que geramos ao inicializar o SQLite.

Portanto, conseguimos criar, inserir e consultar nossa primeira tabela no SQLite, e utilizar alguns dos principais comandos de SQL: CREATE TABLE, INSERT INTO e SELECT FROM. Dessa forma, damos início ao catálogo da ByteBook e tudo através do próprio terminal. Caso queira algo mais visual, há a opção de utilizar um software de apoio visual ao SQLite chamado DB Browser.

Conclusão

Neste artigo aprendemos desde a instalação até os primeiros mergulhos neste banco de dados. Dessa maneira, você poderá adicionar o suporte ao armazenamento de informações aos seus projetos criando, inserindo e consultando os dados. Em sequência, para aprofundar ainda mais nos estudos de SQL, não deixe de visitar nossos artigos sobre SQL:

Vinícius Louzada
Vinícius Louzada

Engenheiro de Computação pela UFPA, Técnico em Eletrotécnica pelo IFPA e Designer Gráfico. Na Alura, sou Dev Back-end. Nas horas vagas, amo assistir futebol e jogar um FPS.

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