Linux: o que é esse sistema operacional, como instalar e um Guia para iniciar
Introdução: Sistema operacional Linux
Quando falamos de tecnologia, uma figura icônica se destaca: o Linux, um sistema operacional que há 30 anos vem revolucionando a forma como interagimos com nossos computadores.
O conceito de "código aberto" é o que faz o Linux se destacar entre os sistemas operacionais mais populares do mundo. Mas por que alguém escolheria o Linux em vez de outros sistemas operacionais populares?
O diálogo abaixo talvez responda em parte esses questionamentos:
E então, o Linux já te salvou em alguma situação?
Com uma comunidade colaborativa e uma ampla gama de distribuições disponíveis, o Linux se tornou uma escolha popular entre entusiastas em tecnologia e empresas. Sua arquitetura poderosa e segura o tornam uma ótima opção para quem deseja experimentar um sistema operacional aberto e personalizável.
Neste artigo, vamos explorar o mundo do Linux e suas infinitas possibilidades, desde o controle sobre o ambiente de desenvolvimento até a capacidade de otimizar o desempenho das aplicações. Prepare-se para mergulhar no universo do Linux!
O que é Linux?
O Linux é uma tecnologia que se refere ao kernel de um sistema operacional, sendo esse componente fundamental para o seu funcionamento. O termo "kernel", traduzido para o português como "núcleo", é a parte central de um sistema operacional, desempenhando um papel crucial na comunicação entre hardware e software de um computador. Muitas vezes, é descrito como o coração do sistema, devido à sua importância vital.
Mas o sistema operacional vai além do kernel. É a combinação do kernel Linux com outros componentes, como utilitários, bibliotecas, serviços e interfaces de usuário, que formam o que chamamos de distribuições Linux.
Nomes como Ubuntu, Fedora, Debian e CentOS representam essas combinações, cada uma oferecendo uma experiência completa do sistema operacional, com aplicativos e interfaces de usuário específicos. Vamos falar mais adiante dessas distribuições e conhecer seus diferenciais.
O Linux é muito conhecido por sua flexibilidade, escalabilidade e capacidade de adaptação a diferentes dispositivos e arquiteturas. Essa flexibilidade é evidenciada, por exemplo, pela sua capacidade de ser executada em uma variedade de plataformas, como computadores pessoais, servidores, dispositivos móveis e até mesmo em dispositivos embarcados, como roteadores e dispositivos IoT (Internet das Coisas).
Além disso, o Linux é conhecido por sua capacidade de se adaptar a diferentes necessidades e requisitos, e permite assim que os usuários personalizem e configurem o sistema de acordo com suas preferências e finalidades específicas. É um componente essencial no funcionamento de muitos sistemas operacionais usados atualmente.
E tem mais: o Linux possui uma poderosa linha de comando, permitindo aos usuários executarem tarefas complexas e automatizadas de maneira muito eficaz, podendo personalizar e otimizar seu ambiente de acordo com as necessidades pessoais do usuário.
Uma outra característica interessante do Linux é seu modelo de desenvolvimento de código aberto. Isso significa que o código-fonte está disponível para qualquer pessoa, permitindo que diversos usuários contribuam para o aprimoramento. Essa colaboração resulta em uma ampla comunidade de usuários e desenvolvedores que auxiliam nas correções de problemas, adaptações e novidades.
História
Antecedentes
Para nos aprofundarmos ainda mais em Linux, é importante saber mais sobre a história dessa importante tecnologia.
Conhecer a trajetória do Linux vai te ajudar a aproveitar ao máximo as capacidades do Linux, explorar recursos específicos e compreender como eles se encaixam no panorama geral do sistema operacional. Além do mais, o conhecimento da história do Linux pode ajudar você a se conectar com a comunidade Linux de maneira mais profunda.
Unix, uma influência importante para o desenvolvimento do Linux
A história do Linux teve início em 1991 com o desenvolvimento de um novo núcleo de sistema operacional, mas sua criação foi fortemente influenciada por antecedentes importantes que forneceram as bases necessárias.
Um desses antecedentes cruciais é o Unix, que surgiu na década de 1970 como um projeto da Bell Labs, laboratório da AT&T. Na verdade, o Unix começou como um projeto ambicioso de um sistema operacional chamado de Multics, porém, durante a criação eles enfrentaram diversos problemas, principalmente a falta de recursos computacionais.
Dessa forma, Ken Thompson decidiu desenvolver algo mais “realista” denominando o novo projeto de Unics, algum tempo depois, o nome foi mudado para Unix, nome que pertence até os dias de hoje. Os principais criadores do Unix são Ken Thompson e Dennis Ritchie, ambos escreveram o Unix baseado na linguagem C, criação do próprio Dennis Ritchie.
O Unix se tornou muito popular e houve uma grande aceitação de universitários e ambientes corporativos devido sua grande compatibilidade, isso resultou no surgimento de diversas variações do sistema, como o Minix.
O Minix foi criado pelo professor Andrew S. Tanenbaum, no final da década de 1980. A primeira versão do Minix, conhecida como Minix 1.0, foi lançada em 1987. Ele foi um projeto para ser uma versão simplificada do Unix, destinada a fornecer aos alunos e pesquisadores um ambiente de aprendizado e experimentação.Além disso, seu código-fonte completo foi disponibilizado de maneira gratuita, o que permitiu que as pessoas estudassem o sistema para desenvolver habilidades ou até mesmo para criar projetos derivados.
Foi nesse contexto que o Projeto GNU (GNU 's Not Unix), iniciado por Richard Stallman em 1983, desempenhou um papel significativo. O Projeto GNU visava desenvolver um sistema operacional completo, livre e de código aberto, compatível com o Unix. Stallman e sua equipe trabalharam no desenvolvimento de várias ferramentas e componentes essenciais para o sistema, como o GCC (GNU Compiler Collection), o GNU Emacs e o Bash (Bourne Again Shell). No entanto, faltava ao Projeto GNU um núcleo de sistema operacional, o kernel.
E assim entra Linus Torvalds nessa história, que é peça-chave para a criação do Linux como conhecemos hoje!
Desenvolvimento do Linux
Em 1991, Linus Torvalds começou a desenvolver um novo núcleo de sistema operacional como um projeto pessoal. Inspirado pelo Unix e pelo Minix, ele desenvolveu um novo núcleo de um sistema operacional, o kernel do Linux.
Segue abaixo uma foto de Linus Torvalds, dada sua importância:
Linus Torvalds, 2002 (Linux Magazine/Wikimedia Commons)
O kernel Linux foi combinado com as ferramentas do Projeto GNU para formar o sistema operacional conhecido como GNU/Linux. Essa combinação foi possível graças à compatibilidade entre as licenças do software GNU e do kernel Linux, ambas licenças de software livre.
Portanto, esses fatores, combinados, assim como a ausência de uma adoção ampla de um kernel livre, foram os impulsionadores para que Linus Torvalds iniciasse seu próprio projeto.
No dia 25 de agosto de 1991, Linus anunciou o kernel do Linux em um post no newsgroup “comp.os.minix.” da Usenet (meio de comunicação onde usuários postam mensagens de texto (chamadas de "artigos") em fóruns que são agrupados por assunto). A seguir, destacamos alguns trechos dessa discussão:
“Olá a todos que estão usando minix —
Eu estou fazendo um sistema operacional livre (é apenas um hobby, não será grande e profissional como o gnu) para os clones AT 386(486). Está sendo desenvolvido desde abril e está quase pronto. Gostaria de receber qualquer feedback sobre o que as pessoas gostam/não gostam no minix, uma vez que o meu SO se parece um pouco com ele (mesmo layout físico de sistema de arquivos (devido a razões práticas) entre outras coisas.
No momento eu o portei para bash e gcc, e as coisas parecem funcionar. Isso implica que irei conseguir algo prático dentro de poucos meses e gostaria de saber quais características a maioria das pessoas gostaria que tivesse. Quaisquer sugestões são bem-vindas, mas não prometo que eu vá implementá-las :-)
Linus ([email protected]) PS. Sim — ele não tem nenhum código minix, e possui um fs multitarefa. Ele NÃO é portável (usa troca de contexto 386, etc), e provavelmente nunca será compatível com nada além de discos rígidos AT, uma vez que isso é tudo o que eu tenho :-(. — Linus Torvalds”
Como podemos ver, a princípio, Linus não esperava que seu kernel fosse compatível com nada além que os discos rígidos AT que possuía. Mas que bom que a ideia se propagou, não parando por ali. E para facilitar o desenvolvimento, Linus fez upload dos arquivos para o FTP server da FUNET em setembro de 1991.
Como vemos, Linus parecia não esperar que seu projeto se tornaria muito popular e utilizado no mundo, além de ser inicialmente apenas um Hobby! Incrível, né?
E, pra facilitar sua vida, pega esse esquema que desenvolvemos abaixo com os principais acontecimentos da trajetória do Linux:
Controvérsias quanto ao nome: GNU/Linux vs Linux
E, em meio a essa história, temos curiosidades que valem a pena contar aqui.
Inicialmente, Linus Torvalds chamou o kernel de “Freax”, uma combinação de “free” e “freak” - livre e estranho.
No entanto, ao decidir disponibilizar o código-fonte do kernel para download, ele sentiu a necessidade de um nome mais adequado. Foi quando o nome “Linux” como uma combinação das primeiras letras do nome de Linus, “Li” e "Unix", surgiu, sugerido por Ari Lemmke - que hospedou o código-fonte em seu servidor FTP, Torvalds concordou com a escolha.
No código-fonte, Torvalds adicionou também um guia de áudio demonstrando como a palavra “Linux” é pronunciada:
Fonte: Linux Kernel Archives
O nome “Linux” segue gerando debates acalorados na comunidade. A Free Software Foundation (FSF) e seus defensores argumentam que o sistema operacional deve ser chamado de "GNU/Linux" para destacar a importância do projeto GNU, buscando reconhecer adequadamente o trabalho do projeto no desenvolvimento de componentes essenciais e contribuições significativas para o sistema operacional.
Linus Torvalds e desenvolvedores defendem o termo Linux e argumentam que veem o kernel como uma parte fundamental e central do sistema operacional; além disso, que o “Linux” serve como um termo genérico para todos sistemas que utilizam um núcleo linux em conjunto com softwares de outras fontes e que seu nome deve ser usado para representar o sistema operacional como um todo.
Esse debate existe há bastante tempo e provavelmente continuará sem um consenso absoluto, mas, é importante lembrar que ambos os projetos desempenharam um papel crucial no desenvolvimento e na popularização do sistema operacional de código aberto.
Fatores que garantiram a popularidade e expansão do Linux
Após seu lançamento em 1991, o Linux conquistou uma expansão e popularidade significativa ao longo das décadas seguintes. Desde o início, o Linux despertou interesse de programadores e entusiastas de software livre. E com a comunidade crescendo, houve grande número de contribuições para o código-fonte do sistema operacional.
Alguns principais fatores que ajudaram a expansão do Linux foram:
Código aberto: Ao disponibilizar o acesso para as pessoas, o Linux conquistou uma comunidade global de desenvolvedores colaborativos;
Personalização: O Linux permite diversas formas de personalização, sendo possível adaptar da maneira que for mais funcional para cada usuário;
Comunidade ativa e colaborativa: A comunidade de desenvolvedores e usuários do Linux é extremamente ativa, existem diversos fóruns, conferências, e conteúdos que facilitam essas conexões entre os desenvolvedores. Essa comunidade possui um papel essencial no aprimoramento do Linux cada vez mais;
Vale a pena participar de comunidades de tecnologia? #HipstersPontoTube
Compatibilidade e interoperabilidade: O Linux oferece compatibilidade com uma diversidade de hardwares;
Distribuições: Existem distribuições populares como Debian, Red Hat, SUSE e Ubuntu, cada distribuição oferece uma experiência de sistema operacional completa, com diferentes conjuntos de aplicativos e interface de usuário.
Em síntese, o rápido crescimento e aceitação do Linux são resultado de uma combinação de fatores que o tornaram um sistema operacional seguro e amplamente utilizado.
Principais carregadores de inicialização do Linux
Carregadores de inicialização são programas que carregam e iniciam as tarefas quando um computador é ligado ou reiniciado. São programas essenciais para esse processo e são responsáveis por carregar o sistema operacional e preparar o ambiente para sua execução. A escolha de um carregador de inicialização dependerá das suas necessidades individuais e do sistema operacional.
SYSLINUX
Projetado para sistemas baseados no kernel Linux, é usado principalmente para inicializar sistemas em dispositivos de mídia removível, como cartões de memória e CDs/DVDs. Além disso, o SYSLINUX oferece recursos avançados, como a configuração de menu inicial.
SYSLINUX e ISOLINUX
O ISOLINUX é uma variante do SYSLINUX desenvolvido para inicializar a partir de imagens ISO. O ISOLINUX é amplamente usado para criação de mídias de instalações inicializáveis, permitindo a instalação através de um CD, DVD ou pendrive.
GRUB
O GRUB oferece diversas funcionalidades, entre elas, a capacidade de oferecer uma interface de linha de comando ou um menu interativo para selecionar o sistema operacional a ser inicializado.
Systemd-boot
O Systemd-boot foi projetado para sistemas que usam o systemd como gerenciador de inicialização. Ele é famoso também por ter uma interface de linha de comando mínima e uma configuração simplificada, além de detectar automaticamente sistemas operacionais instalados, o que torna fácil de usar.
Núcleo
Arquitetura
O núcleo do Linux é uma arquitetura modular e flexível, desenvolvido para ser possível suportar diversas arquiteturas de hardware, como sistemas baseados em x86 até plataformas como ARM, MIPS, etc. Portanto, essa flexibilidade possibilita que o Linux seja executado em diversos dispositivos, como computadores, servidores, roteadores, smartphones e muito mais.
Portabilidade
O linux foi projetado para ser portável entre diferentes arquiteturas de hardware, portanto, pode ser facilmente adaptado para rodar em uma nova plataforma, o que possibilitou a adoção do Linux em uma vasta lista de dispositivos.
Termos de licenciamento
O Linux é distribuído sob a licença GNU General Public License (GPL), uma licença de software livre. A GPL garante que qualquer pessoa possa usar, modificar, estudar e distribuir o software Linux gratuitamente, essa licença fomentou o desenvolvimento colaborativo e a participação da comunidade no aprimoramento do núcleo do Linux
Sistemas de arquivos suportados
O Núcleo do Linux suporta diversos tipos de sistemas de arquivos, como ext4 (extensão do ext3), XFS, Btrfs, JFS, FAT, NTFS, entre outros. Essa flexibilidade garante a compatibilidade e interoperabilidade com diferentes sistemas e dispositivos de armazenamento. Alguns desses sistemas são integrados ao kernel como parte integral e opcional, enquanto outros precisam ser adicionados "por fora".,
Para acessar a lista completa desses sistemas de arquivos, incluindo os in-tree e out-of-tree, você pode consultar o link:
Diretórios
Um diretório no Linux é uma estrutura organizacional usada para armazenar e organizar arquivos. A estrutura do sistema de arquivos no Linux segue um padrão definido pelo Filesystem Hierarchy Standard (FHS). Um diretório é semelhante a uma pasta no sistema de arquivos e pode conter arquivos e subdiretórios.
Para pessoas acostumadas com o ambiente do Windows, pode parecer estranha essa estrutura de diretórios do Linux. No Windows, a estrutura é baseada em unidades de disco, como C: e D:, enquanto no Linux o diretório raiz é representado por "/".
Alguns diretórios mais comuns encontrados em distribuições Linux são:
/
: Diretório raiz do sistema;/bin
: Binários essenciais dos usuários;/boot
: Arquivos relacionados ao processo de inicialização;/home
: Diretório raiz dos diretórios pessoais dos usuários;/lib
: Bibliotecas compartilhadas e módulos do kernel;/usr
: Programas e bibliotecas utilizadas pelo usuário;/var
: Dados variáveis, como arquivos transitórios, logs do sistema, entre outros;/tmp
: Arquivos temporários.
Distribuições
Distribuições Linux são sistemas operacionais baseados no kernel Linux como base. As distribuições são desenvolvidas por diferentes criadores, comunidades e organizações de todo o mundo, eles utilizam o kernel Linux como base e adicionam ferramentas e pacotes com suas próprias configurações, gerenciadores e interfaces de usuário.
A escolha de uma distribuição depende da necessidade do usuário, confira as principais distribuições da atualidade:
Debian
Debian é uma das distribuições mais antigas que é mantida por pessoas, organizações e oficialmente pelo projeto Debian. Muitas distribuições Linux populares, como Ubuntu, Knoppix, PureOS ou Tails, são baseadas no Debian. Usuários apreciam a estabilidade e os processos de atualização suaves dos pacotes e de toda a distribuição. O Debian é muito conhecido pelo seu sistema de gestão de pacotes, chamado APT, que permite: atualização relativamente fácil a partir de versões relativamente antigas; instalações quase sem esforço para novos pacotes e remoção limpa de pacotes antigos.
Essa distribuição também é amplamente usada por pessoas desenvolvedoras de software e hardware, pois roda em várias arquiteturas e dispositivos, oferece um rastreador público de bugs e outras ferramentas.
Créditos: [Debian](https://www.debian.org/index.pt.html)Ubuntu
Mantida pela Canonical, o Ubuntu é uma das distribuições mais populares e conhecidas, é comum ser a porta de entrada para pessoas que estão iniciando no mundo Linux. Além disso, o Ubuntu é um sistema operacional de código aberto, construído a partir do núcleo Linux, baseado no Debian e utiliza o Gnome como ambiente de desktop de sua mais recente versão com suporte de longo prazo (LTS). É desenvolvido pela Canonical LTD.
Ele vem com alguns aplicativos essenciais pré-instalados, facilitando o uso e instalações e pode ser executado a partir de um CD ou pendrive.
Créditos: Ubuntu
O Ubuntu pode ser adquirido através da sua página de download.
Linux Mint
LinuxMint é compatível e baseado no Ubuntu, a distribuição conta com um painel de controle bem completo e conhecido por ser fácil de utilizar, há configurações pré-definidas e softwares proprietários presentes por padrão, que no Ubuntu, são opcionais.
Créditos: LinuxMint
O Linux Mint pode ser adquirido através da sua página de download.
Fedora
Fedora é uma distribuição baseada no Red Hat, conquistou popularidade por ser estável, confiável e com um bom desempenho. Ele utiliza o ambiente GNOME como desktop padrão.
Créditos: Fedora
O Fedora pode ser adquirido através da sua página oficial.
CentOS
Distribuição derivada do Red Hat, com a remoção das marcas da Red Hat no sistema, mantida por uma comunidade de voluntários, não possui suporte da empresa. Essa distribuição era uma alternativa para empresas que não desejavam pagar por distribuição fechada. Atualmente, a CentOS está sendo descontinuada e o Rocky Linux (ou AlmaLinux) deve tomar o seu lugar nos próximos meses/anos.
Créditos: CentOS
O CentOS pode ser adquirido através da sua página de download.
Rocky Linux
O Rocky Linux é uma distribuição compatível com o Red Hat Enterprise Linux, gratuita e open source, além de suportar diversas arquiteturas e ser bastante estável. Seu objetivo é fornecer um sistema operacional corporativo confiável para a produção com suporte da comunidade.
Relativamente nova no mercado, é conhecida também por ser um sucessor do CentOS. Para conhecer mais, você pode acessar a página oficial da Rocky Linux.
Créditos: Rocky Linux
O Rocky Linux pode ser adquirido através da sua página de download.
Novidade: Azure Linux
Em 2023, a distribuição Linux da Microsoft foi lançada oficialmente, Segundo a Microsoft, a Azure Linux oferece os seguintes benefícios principais:
“Cadeia de suprimentos segura : a Microsoft cria, assina e valida os pacotes Azure Linux Container Host da fonte e hospeda seus pacotes e fontes em plataformas seguras e de propriedade da Microsoft. Pequeno e leve : o Azure Linux Container Host inclui apenas o conjunto necessário de pacotes necessários para executar cargas de trabalho de contêiner. Como resultado, ele consome recursos limitados de disco e memória.
Seguro por padrão : o Azure Linux Container Host tem ênfase na segurança e segue os princípios seguros por padrão, incluindo o uso de um kernel Linux reforçado com otimizações de nuvem do Azure e sinalizadores ajustados para o Azure. Ele também fornece uma superfície de ataque reduzida e elimina patches e manutenção de pacotes desnecessários. Para obter mais informações sobre os princípios de segurança do Azure Linux Container Host, consulte os conceitos de segurança AKS.
Amplamente validado : as equipes AKS e Azure Linux executam um conjunto de testes de regressão funcionais e de desempenho com o Azure Linux Container Host antes de liberar para os clientes, o que permite a detecção e mitigação de problemas anteriores.”
O Azure Linux pode ser adquirido através da sua página oficial.
Arch Linux
O Arch Linux é uma das distribuições altamente personalizáveis, é voltada para usuários avançados no Linux que valorizam o controle total sobre o sistema operacional. É possível personalizar cada aspecto do sistema de acordo com suas necessidades e preferências individuais.
Além disso, o Arch Linux adota uma arquitetura rolling release, o que significa que você sempre terá acesso às versões mais recentes dos programas, garantindo um sistema atualizado e repleto de recursos. Vale ressaltar que a instalação pode ser mais complicada para usuários iniciantes, pois no Arch Linux , é preciso instalar o sistema operacional manualmente, através de comandos em um terminal.
Você pode conhecer melhor sobre essa distribuição acessando essa documentação.
Créditos: Arch Linux
O Arch Linux pode ser adquirido através da sua página de download.
Como instalar o Linux
Para fazer a instalação do Linux, acesse agora mesmo o artigo Linux: download, instalação, distribuições e principais comandos e siga o passo a passo detalhado para instalar o Linux em sua máquina.
Linux está em todo lugar
O Linux está presente em diversos sistemas em todo o mundo. Desde servidores de internet e supercomputadores, até dispositivos como smartphones, tablets, TVs, entre outras. Essa grande popularização que as distribuições Linux tiveram, muitas empresas migraram para o sistema operacional Linux por suas vantagens e diferenciais.
Algumas empresas que adotaram o Linux como parte integrante de suas operações são:
Google;
Facebook;
Amazon;
IBM;
Bolsa de Valores de Nova York.
Vantagens do Linux
Segurança: O Linux é um software de código aberto, o que significa que seu código-fonte está disponível, permitindo que diversos usuários contribuam para o aprimoramento;
Privacidade: Não há um sistema de coleta de métricas, telemetria e anúncios embutidos por padrão. No entanto, é importante mencionar que algumas distribuições, como o Ubuntu, podem incluir sistemas de métricas. No entanto, o usuário tem a liberdade de desabilitá-los e manter maior controle sobre sua privacidade;
Velocidade de atualização e correção de erros: O Linux tem uma reputação de resposta rápida e eficiente na correção de erros e na implementação de atualizações de segurança, isso porque o Linux possui uma comunidade de desenvolvedores bastante ativa e engajada. Muitas vezes, encontramos um erro no Windows que não conseguimos resolver e temos que esperar a Microsoft lançar uma atualização, no Linux, o tempo de espera pode ser menor, pois seguindo algum tutorial é possível corrigir o problema por conta própria ou voltar para uma versão onde o problema não existia;
Para desenvolvedores, esse é o mesmo sistema onde o código pronto vai ser executado (muito provavelmente), então desenvolver o código no mesmo ambiente ajuda a evitar erros e melhorar o desempenho.
Para servidores, o Linux traz essas vantagens e outras, como:
Estabilidade: onde muitos servidores passam anos ou toda a sua vida útil sem a necessidade de reiniciar, ou seja 100% do tempo em funcionamento, ou uptime;
Documentação: A documentação no Linux é abrangente e aborda uma ampla variedade de tópicos relacionados ao sistema operacional, software, programação, administração de sistemas e muito mais. Tudo no Linux é documentado e pode ser alterado ou modificado para ajudar a cumprir uma tarefa de modo mais eficiente possível;
Licença: O Linux não requer licença para ser utilizado em servidores, ao contrário do Windows, que requer licenciamento individual para cada servidor. Os custos associados ao licenciamento do Windows podem variar significativamente, dependendo das funcionalidades e capacidades desejadas. Por outro lado, o Linux é uma opção de sistema operacional de código aberto, o que significa que não há custos de licenciamento envolvidos em sua utilização.
Desvantagens Linux
Jogos: Embora nos últimos anos a seleção de jogos tenha crescido, o Windows continua sendo a melhor opção. Alguns jogos ainda não possuem um suporte oficial para o Linux, principalmente devido aos anti-cheats;
Hardware: Ainda pode haver problemas com alguns dispositivos e drivers projetados especialmente para outros sistemas operacionais, como o Windows ou MacOS;
Aprendizado: Possui uma curva de aprendizado mais alta para usuários acostumados com outros sistemas operacionais, pode exigir um tempo para a familiarização com a interface do usuário e os comandos do sistema;
Software: Alguns aplicativos específicos podem não estar disponíveis para o Linux, como os programas da Adobe (por exemplo, o Photoshop e o Illustrator) e o Microsoft Office. No entanto, existem alternativas disponíveis, como o GIMP e o Inkscape para edição de imagens, e o LibreOffice ou o Google Docs para tarefas de escritório.
É difícil se familiarizar com o sistema?
A familiarização com o Linux varia completamente de pessoa para pessoa. Se você está acostumado com o Windows, onde todas as ações são feitas através de uma interface gráfica, pode ser complicado se acostumar com o Linux, onde tudo é feito através do terminal.
Porém, é possível mitigar isso, pelo menos no início, usando uma distribuição que tenha interface gráfica, como o Linux Mint ou o Ubuntu, que possuem interfaces gráficas. Inclusive, a interface do Mint é muito parecida com a do Windows. Começar com uma distribuição Linux com interface gráfica facilita a transição inicial, mas é essencial adquirir habilidades no uso do terminal para aproveitar a versatilidade do Linux, mesmo em ambientes sem interfaces gráficas.
Em resumo, pode sim haver um período de adaptação e familiarização com um novo sistema, é completamente normal. No entanto, a disponibilidade de diversos recursos de suporte, documentação e uma comunidade bastante ativa podem tornar esse processo mais tranquilo e produtivo.
GNU/Linux vs Windows
A escolha entre Linux e Windows depende de diversos fatores, necessidades e preferências pessoais. Ambos sistemas operacionais oferecem vantagens e desvantagens, e por isso é necessário avaliar cuidadosamente cada fator.
Em 2022, foi realizada uma pesquisa pela Stack Overflow, entre várias perguntas, estava a “Qual é o sistema operacional principal no qual você trabalha?”.
O Windows se destacou como o sistema operacional mais popular para os desenvolvedores que responderam essa pesquisa, tanto para uso pessoal quanto profissional. Além disso, sistemas operacionais baseados em Linux foram mais populares que o macOS.
Para o Windows, 62,33% responderam que optam por uso pessoal, e 48,82% para uso profissional. Já o Linux, 40,23% para uso pessoal e 39,89% profissional. É interessante notar que muitos usuários não estão presos a apenas um sistema operacional, por isso a soma não chega a atingir 100%. Confira no gráfico abaixo:
Créditos: Stack Overflow
O Windows é normalmente escolhido para uso pessoal devido à familiaridade prévia dos usuários, sendo o sistema operacional padrão na maioria dos dispositivos. No entanto, é importante mencionar que a popularidade do GNU/Linux está em crescimento, especialmente entre usuários avançados e entusiastas de tecnologia.
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Por onde começo a aprender GNU/Linux?
Primeiro, é importante lembrar que é possível ter Linux e Windows no mesmo computador. Essa configuração é conhecida como dual boot, onde você pode escolher qual sistema operacional iniciar quando ligar o computador. Isso ajuda bastante para quem quer iniciar no Linux mas não quer abrir mão do Windows, essa configuração oferece flexibilidade e a oportunidade de aproveitar os recursos exclusivos de cada sistema, seja para tarefas específicas ou para explorar diferentes ambientes de desenvolvimento.
Uma dica para quem quer iniciar é baixar uma distribuição e montar um pendrive bootável, e usar através do ambiente de instalação. A maioria das distribuições tem essa opção e nela é possível acessar a interface e o console, evitando problemas em relação a instalação e preocupações em relação ao seu sistema atual.
Uma outra opção que algumas pessoas fazem é usar o WSL (Subsistema do Windows para Linux) no windows, que permite o uso do terminal do linux junto com a interface do Windows.
Se você deseja saber mais sobre como utilizar o WSL e obter uma experiência completa do Linux no Windows, confira o seguinte artigo: WSL: como executar programas e comandos Linux no Windows?
No entanto, a forma de início varia de pessoa para pessoa, você pode escolher a forma que preferir. Como sabemos, o Linux possui uma comunidade ativa e uma vasta documentação, o que pode tornar esse processo mais tranquilo.
Na formação Começando com Linux você dará os primeiros passos com o sistema operacional linux, aprendendo a manipular arquivos e diretórios através da CLI (command-line interface), a gerenciar serviços, vai mergulhar no sistema e acessar logs, processos e dispositivos. E, por fim, vai aprender a administrar os usuários e grupos do sistema.
Comandos do terminal
cd
: Navega para um diretório;ls
: Lista arquivos e diretórios;mkdir
: Cria um novo diretório;rm
: Remove arquivos ou diretórios;sudo
: Executa um comando com privilégios de superusuário;ssh
: Usado para login em uma máquina remota e execução de comandos, mas também suporta tunelamento, redirecionamento de portas TCP e conexões X11. Ele pode transferir arquivos usando os protocolos SSH File Transfer Protocol (SFTP) ou secure copy (SCP). O ssh utiliza o modelo cliente-servidor;clear
: Limpa o conteúdo da tela de um terminal virtual;grep
: Pesquisa por padrões em um arquivo ou saída de comando;df
: Exibe informações sobre espaço, livre e ocupado, das partições do sistema;cp
: Copia arquivos e diretórios;apropos
: Mostra informações sobre um assunto a partir de um banco de dados;exit
: Faz o Shell ou o programa finalizar.
Saiba mais sobre comandos do terminal
Aprenda mais sobre Linux gratuitamente
A Alura possui alguns conteúdos de acesso livre. Você pode assistir, por exemplo, as primeiras aulas da Formação Começando com Linux, feita pela Escola de DevOps da Alura e continue aprendendo sobre temas como:
- Linux Onboarding: usando a CLI de uma forma rápida e prática
- Linux Onboarding: localizando arquivos e conteúdos
- Linux Onboarding: obtendo e tratando informações do sistema
- Linux Onboarding: trabalhe com usuários, permissões e dispositivos
Conclusão
Vimos que o Linux é uma tecnologia bastante poderosa e conhecida por sua natureza de código aberto. Sua vasta lista de distribuições disponíveis permite que o usuário escolha a que se encaixar melhor em suas necessidades e personalize sua experiência na computação.
Além disso, é possível encontrar o Linux em diversos lugares, desde servidores, dispositivos móveis, sistemas embarcados, e até supercomputadores. Famoso também por sua arquitetura segura, grandes empresas, como Google, Amazon e até a Microsoft, confiam no Linux como base para seus serviços em nuvem.
A comunidade do Linux desempenha um papel fundamental para o constante desenvolvimento, tornando um um sistema operacional robusto, seguro e altamente personalizável, garantindo também que o Linux seguirá sendo um papel fundamental para o universo da tecnologia.
Quer se aprofundar ainda mais em Linux? Deixamos aqui algumas referências que serão de grande ajuda:
Tech Guide DevOps: Linux - Fundamentos, um guia de referência para estudar os fundamentos do Linux;