Dicas de otimização para desenhos vetoriais no Illustrator

Dicas de otimização para desenhos vetoriais no Illustrator

Introdução

Desenhar vetores é uma tarefa que como qualquer outra demanda prática para que se faça com maior naturalidade. Um princípio fundamental deve ser incorporado ao fluxo de trabalho: trabalhar com formas simples, com o menor número de pontos-âncoras possível. Isso vai fazer com que os vetores sejam mais fáceis de editar e, principalmente, facilita a construção de curvas mais suaves.

Neste artigo vamos além dessa noção e exploraremos três dicas que vão te ajudar a otimizar o trabalho com os seus vetores. Elas vão funcionar não apenas no desenho em si, mas no projeto como um todo:

  1. Planeje uma paleta de cores;
  2. Use e abuse de todas as ferramentas;
  3. Dê atenção à iluminação.

Aplicando essas dicas no seu dia a dia, você vai ser capaz de ir além na criação e conseguir dar vida a vetores mais complexos, principalmente nas ilustrações.

Banner promocional da Alura, com um design futurista em tons de azul, apresentando dois blocos de texto, no qual o bloco esquerdo tem os dizeres:

1. Planeje uma paleta de cores

Incorporar cores aos seus vetores é essencial para construir artes que fujam do básico. Com elas, os vetores ganham em detalhes, se aproximando mais dos objetos que representam na realidade ou ainda gerando um clima inesperado, independente do estilo da ilustração.

Gif animado que mostra uma ilustração de um cheeseburger sem cores, apenas com traços pretos contornando-a. Ela é substituída por uma versão da mesma ilustração agora colorida.

Repare como o cheeseburger ganha muito com as cores: ele se torna bem mais “real” e chama mais atenção.

Gif animado que mostra uma ilustração estilo flat de uma figura humana com elementos decorativos no fundo, sem cores, apenas com traços pretos contornando-a. Ela é substituída por uma versão da mesma ilustração agora colorida.

O estilo do vetor nem precisa ser mais “realista”: note como as cores trazem um clima completamente diferente à esta arte flat, em comparação a versão que contém apenas traçado preto. É Importante pontuar que a escolha das cores é criteriosa, não acontece de maneira aleatória.

Nesse sentido, o ideal é você selecionar as cores que vão fazer parte do seu trabalho e deixá-las salvas nas suas Amostras (Swatches). Com isso, poupa-se tempo com a praticidade de ter todos os tons em mãos e, mais importante, faz com que você reflita sobre as cores que serão usadas e terá uma base para ajustar a iluminação.

Gif animado que mostra um retângulo amarelo sendo duplicado e depois tendo a sua cor alterada para um tom mais escuro.

A partir de uma cor base - como este amarelo, que pode ser usado no pão do cheeseburger, por exemplo - é possível extrair dele tons mais claros e escuros. Para isso, duplique o objeto colorido, acesse o painel Color Picker e faça ajustes no modelo de cores HSB, que é a sigla em inglês para Matiz (H, Hue), Saturação (S, Saturation) e Brilho (B, Brightness). Idealmente, deve-se trabalhar sobre o parâmetro Brilho, que não altera a natureza da cor. No caso do Brilho já estar no valor máximo, pode-se regular a Saturação.

Gif animado que mostra três retângulos em diferentes tons de amarelo sendo selecionado e depois agrupados no mesmo conjunto de amostras dentro do painel Swatches.

Para salvar as cores, selecione-as e no painel Swatches, clique no ícone de uma pasta para criar um grupo com as amostras e montar a sua paleta de cores. A paleta pode ser composta de amostras em um único grupo ou por vários grupos, conforme for mais conveniente para você.

2. Use e abuse das ferramentas

Enquanto a paleta de cores estrutura a fundação do desenho vetorial, são as ferramentas que vão te auxiliar ao colocar a mão na massa. É comum tentarmos sempre trabalhar com a Caneta, especialmente em vetorizações sobre imagens e rascunhos, quando tentamos reproduzir fielmente a referência. Porém, em muitas das vezes há maneiras mais inteligentes de abordar o problema. Separei três ferramentas e funcionalidades que você deve ter em mente.

2.1 - Shape Builder e Pathfinder

Ambas as ferramentas vão explorar a relação entre vetores. Ao se familiarizar com o uso delas, você passa a ter uma visão mais abrangente de como construir vetores, entendendo que eles não precisam ser feitos completamente à mão, mas também por meio da interação entre objetos.

Gif animado que mostra dois objetos coloridos, um amarelo e um azul sendo selecionados. Depois de selecionados, o objeto azul, que está acima do amarelo, tem a sua forma subtraída do amarelo.

Tenhamos como exemplo o pão da parte de baixo do sanduíche. Ele pode surgir da combinação de dois círculos sobrepostos.

2.2 - Suavização de cantos

Acertar a curvatura de cantos em vetores por vezes é difícil, mas pode ser bastante facilitada com a suavização de cantos.

Gif animado que mostra o desenho de uma linha magenta que vai seguindo o mesmo caminho de uma referência em azul.

Valendo-se dessa funcionalidade, desenhe as linhas sem se preocupar com a reprodução da curvatura. Aqui, estamos usando como referência a alface do sanduíche.

Gif animado que mostra a suavização dos cantos da linha desenhada anteriormente.

Na sequência, com a ferramenta de Seleção Direta habilitada, ajuste as curvas com a suavização de cantos. Por fim, você pode ainda reposicionar os pontos-âncora para ajustar a posição correta deles e o acabamento geral das linhas.

2.3 - Curvatura

Relativamente pouco usada, a ferramenta Curvatura pode ajudar muito na criação de curvas a partir de linhas retas.

Gif animado que mostra o desenho de um segmento de linha com cantos retos.

Podemos aplicar essa noção no desenho do queijo do cheeseburger. Assim como no caso da suavização de cantos. Primeiro, desenhamos linhas retas.

Gif animado que mostra o segmento desenhado anteriormente tendo as suas linhas e canto curvados com a ferramenta Curvatura.

Depois, com a ferramenta Curvatura, curvamos as linhas.

Gif animado que mostra as duas metades do queijo sendo unidas e depois tendo os seus cantos suavizados.

Por último, duplica-se a metade do queijo e ambas são unidas. É possível ainda suavizar os cantos para conferir um acabamento mais natural.

3. Dê atenção à iluminação

Especialmente útil em artes que procuram trazer uma noção mais pronunciada de tridimensionalidade, luz e sombra precisam ser reproduzidas nos vetores.

Em primeiro lugar é necessário definir de onde vem a luz para, na sequência determinar onde serão as porções claras e escuras da ilustração. No exemplo do sanduíche, consideramos que a luz incide da esquerda para a direita

Gif animado que mostra o Pathfinder Subtract em ação.

Com esse ponto estabelecido você deve desenhar onde, no vetor, está a sombra. Dessa forma, temos então um contraste entre cor mais clara e cor mais escura, marcando onde a luz se projeta no objeto. A ferramenta Pathfinder é uma ótima técnica para se produzir estas novas formas.

Imagem que mostra a nova sombra criada com opacidade de 30%.

Após a sombra ter sido desenhada, ajuste a opacidade, para que ela não fique tão grosseiramente marcada na arte.

Concluindo

A criação de vetores complexos demanda tempo e treinamento e será melhor ainda se usarmos as melhores práticas durante esse processo. Neste artigo vimos três dicas de como otimizar o desenho de vetores no Illustrator.

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Até a próxima!

Créditos

Instrutor:

Apoio didático

Felipe Labouriau
Felipe Labouriau

Sou designer gráfico de formação, com experiência no mercado de mídias impressas e virtuais. Hoje, sou instrutor de design na Alura e já colaborei para grandes insituições, como Fundação Getúlio Vargas, Ipiranga e Sebrae/RJ.

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