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UX: Conhecendo além de quem usa

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Livia Cristina Gabos Martins
Livia Cristina Gabos Martins

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Por que conhecer internamente?

Quando as equipes internas de uma empresa pedem uma pesquisa de UX, a pessoa que solicita normalmente quer respostas para suas perguntas ou dúvidas, entre qual caminho seguir entre algumas possibilidades. Mas às vezes a resposta pode estar dentro da própria empresa!

Existe um tipo de pesquisa chamada de Organizacional, cujo objetivo é conhecer as pessoas mais interessadas na evolução do projeto e produto, também chamadas comumente como stakeholders. Essas pessoas podem ser clientes ou investidores e até pessoas que têm força no processo de decisão da empresa como diretores e gerentes.

Saber o que é considerado prioridade para elas e as possibilidades que são consideradas para o futuro da empresa são informações importantes. Assim é possível, desenvolver pesquisas que andem junto com as decisões da empresa e não o contrário.

Além disso, conhecer os stakeholders internos ajuda a saber quais as crenças e metas que existem em diferentes áreas, observando se elas são conflitantes ou não com as outras áreas da empresa. Quanto maior a empresa, mais difícil pode ser realizar esse tipo de pesquisa, pois as falhas de comunicação tendem a crescer com o tamanho da empresa. Mas ainda assim ela não deixa de ser necessária para encontrar os pontos de problemas entre as áreas que podem afetar o produto.

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Todos são importantes

Conhecer as pessoas interessadas e que importam para o projeto, saber o que eles conhecem sobre a empresa, outras áreas e do próprio produto e o que eles não conhecem também é parte importante do processo de pesquisa. Só assim é possível identificar os pontos de melhoria interna e elaborar melhor as estratégias para que todos possam colaborar nisso.

É claro que falar com stakeholders ajuda muito na pesquisa para entender o que se passa na cabeça de quem tem poder de decisão. Mas saber o que as outras pessoas estão pensando ajuda a entender as falhas de comunicação interna e como essas falhas afetam a visão delas sobre a empresa.

Do que adianta ir para o trabalho se você não parece ter relevância para empresa que trabalha? Se você também é um consumidor ou cliente da empresa, sua experiência não deveria importar como a de todo o restante?

Não podemos deixar de lembrar que a empresa não é feita apenas de chefes e cargos de liderança, mas também das pessoas dos departamentos e áreas relacionadas à tecnologia. E são essas pessoas que levam a empresa nas direções necessárias. Por isso, pesquisas internas ajudam a conhecer mais sobre essas pessoas e como a empresa pode evoluir com o trabalho e ideias deles.

O que fazer?

Entreviste as pessoas, crie personas com as informações coletadas Identifique as estratégias e avalie se elas convergem ou não com as necessidades do mercado. Saiba não apenas quem são seus clientes internos - pessoas que também usam o produto como clientes ou administradores dos dados.

Deixe as informações e descobertas disponíveis para as pessoas. Mas, acima de tudo, pesquisas são para encontrar e corrigir problemas e não pessoas. Não devem haver culpados em uma pesquisa, porque isso se torna um jogo de acusação. Assim como em testes de usabilidade, o culpado não é o usuário e sim o produto que não está correto. Se identificamos nas pesquisas que algo não está funcionando, a culpa não é da pessoa e sim do processo que deve ser modificado.

Trabalhar a pesquisa a favor das pessoas internas é o primeiro ponto para que a empresa cresça com força para identificar e consertar pontos fracos.

A ideia do artigo foi tirada do capítulo sobre Pesquisa organizacional do livro Just Enough Research, 2ª edição, da Erika Hall - Editora A Book Apart, que recomendo a leitura.

Mais sobre pesquisa na área de UX pode ser encontrado na formação de UX Research e nos outros cursos na área de UX.

Livia Cristina Gabos Martins
Livia Cristina Gabos Martins

Comecei na área de UX quando tudo era mato. Trabalho há 10 anos na área de UX, especialmente com a parte de pesquisa e acessibilidade. Mestre em Visualização de informações aplicada na engenharia de software, graduada em Sistemas de Informação na UNESP/SP. Já dei aulas de programação para pessoas cegas e já trabalhei com Selo de Acessibilidade Digital criado pela prefeitura da cidade de São Paulo.

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