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Trabalhando com coleções aninhadas: Maps de Maps de Lists de Lists

Trabalhando com coleções aninhadas: Maps de Maps de Lists de Lists
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Os generics do Java possibilitam, além de uma certa garantia de tipo em tempo de compilação, visualizar rapidamente com que tipos as coleções estão trabalhando. Sabemos que List<Aluno> é uma lista de aluno e que Map<Cidade, Estado> parece mapear uma cidade para um determinado estado, logo um estado pode ter várias cidades associadas. Fácil.

Às vezes temos confiança demais nessa expressividade, e decidimos expor nossas coleções via getters ou mesmo receber argumentos onde há um encadeamento grande de definições. O usuário do código acaba ficando dependente da investigação da assinatura dessa tipificação, além de ficar bastante confuso ao ter uma coleção em mãos, parecendo que pode manipulá-la e utilizar todos seus métodos, o que nem sempre é verdade.

Vejamos um caso onde guardamos preferências. Tente desvendar o uso da seguinte coleção:

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public Map<Cliente, Map<String, List<String>>> getPreferenciasDosClientes() { return preferenciasDosClientes; // ou uma copia defensiva } 

A preferência de cada cliente parece devolver, para cada chave String, uma lista de valores. Funciona muito bem, porém quem vai trabalhar com esse mapa terá de utilizar métodos put, clear, add, etc, bem distantes da lógica de negócio. Para pegar o timeout de determinado cliente, teríamos:

 int timeout = Integer.parseInt(getPreferenciasDoCliente() .get(cliente).get("timeout").get(0)); 

Mesmo que você não seja fã da lei de Demeter, é fácil sentir que algo aí está muito exagerado. Precisamos desembrulhar coleção de dentro de coleção para pegar o que precisamos. Por mais que a tipagem via generics nos ajude a deduzir essa sequência, a linha de código acima deixa muito a desejar.

Não seria mais interessante, por se tratar de Preferencias, ter apenas disponíveis métodos para leitura, dada uma String? Ou até possibilitar que o usuário saiba dizer se deveria ter apenas um valor para determinada chave? Teríamos então um tipo bem específico para essa tarefa:

 interface Preferencias { String valorPara(String chave); List<String> valoresPara(String chave); } 

Internamente, ela pode ser implementado através de um mapa, e no caso da invocação de valorPara podemos fazer a verificação da unicidade de valores (if(mapa.get(chave).size() != 1)). Essas garantias só podem ser feitas de maneira elegante agora que não expomos mais nossas coleções. Elas são estruturas internas dos nossos objetos e devem ser tratadas com cuidado, permitindo acesso sempre ao mínimo necessário, através de uma interface bem definida.

Com essa nova proposta, teríamos:

 public Map<Cliente, Preferencias> getPreferenciasDosClientes() { return preferenciasDosClientes; } 

E a utilizaríamos com:

 int timeout = Integer.parseInt(getPreferenciasDoCliente() .get(cliente).valorPara("timeout")); 

Apesar de já estar mais curto, esse não é o objetivo. Importante aqui é que já ficou mais claro o que estamos fazendo nessa linha de código, além de que não expomos mais métodos de uma List, pois não há necessidade. Dependendo da necessidade, podemos chegar a ter getPreferenciasDoCliente().get(cliente).valorIntPara("timeout")) deixando não apenas a verificação de unicidade de valor para Preferencias, mas também o Integer.parseInt. Se você vai chegar a esse ponto? Depende de caso a caso: pode ser um exagero.

Um mapa que passa a sensação de um-para-muitos também pode ser um sinal de necessidade de inversão de lados. Aqui pode ser um bom momento de remover o mapa de clientes para preferências e colocar, dentro da classe Cliente, uma referência a Preferencias.

Pode haver casos em que até mesmo a List de String seja interessante de extrair em uma classe. Certamente há ocasiões em que faz sentido passar como argumento coleções com grandes encadeamentos de definições. O importante é ponderar e sempre considerar a estruturação de coleções tipadas em classes próprias, em especial se elas serão expostas.

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