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Introdução aos microservices com Spark: retorno de dados dos correios

Introdução aos microservices com Spark: retorno de dados dos correios
jopss.sossoloti
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A arquitetura dos projetos tem sofrido uma tremulação na força com o advento da organização em microserviços. Já discutimos bastante sobre os conceitos de microserviços, o Raphael nos mostrou como montar um bom projeto e depois falamos como melhorar a forma de publicação em um servidor de aplicação.

Várias teorias e casos de sucessos já são um tanto conhecidas em artigos e vídeos de apresentações. Estamos recebendo um bom tanto de informações sobre os benefícios de organizar as nossas aplicações em microserviços. O que quero mostrar aqui é um caso bem simples e palpável que utilizei em um projeto que está em produção.

Um dos problemas quando tem-se um hype sobre uma técnica é que podemos estar fadado ao uso em demasiado dessa técnica, mesmo em casos que não faça sentido. Sou do ponto de vista que partir desde o começo para uso de microserviço em um projeto pode ser um problema. O monolito pode ser uma boa estratégia inicial e migrar microservicos que façam sentido depois (claro que tem discussões sobre isso). Foi a estratégia que seguimos.

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Criamos a app web monolítica e estava encaminhando bem, até que os stackholders decidiram iniciar outro projeto, menor, mas em paralelo com o atual. Reorganizamos a equipe e começamos o novo projeto. Havia algumas semelhanças entre os dois, e uma delas, é que ambos necessitam de dados sobre correios.

  • Precisamos da listagem de estados.
  • Através de um estado, precisamos das cidades.
  • Através do IBGE, precisamos da cidade relativa.
  • Com um CEP, precisamos dos dados de endereços.

Isso é bem comum em várias aplicações, e poderia fazer sentido para uma terceira que possa aparecer. Com isso, centralizamos em um ponto único, que foi desenhado como um microserviço. Assim, dentro desse projeto contém:

  1. Regras, dados e acessos a qualquer domínio sobre Correios.
  2. Telas HTML.
  3. Banco de dados.
  4. Porta de entrada REST com retorno JSON.

Como um microserviço  é parte de um todo (que é o sistema), acredito que deve fazer parte da mesma rede interna em que estão publicados os demais serviços ou projetos. Assim, neste caso, não há acessos externos e questões de segurança foram designados a outros serviços. Ainda, publica-lo tem que ser uma tarefa fácil e rápida.

Dentre as opções de frameworks, escolhemos o Spark Java e a documentação dele é simples e rápida. O Spark utiliza um Jetty embedded para subir a aplicação, então, bastamos executar a classe Main para deixá-lo no ar. Ele utiliza métodos estaticos para suas configurações, e ainda, usamos Java 8 para deixar mais claro as configurações dos endpoints.

Na classe principal executora, podemos configurar as portas e os endpoints.

 import static spark.Spark.\*;

public class Main { public static void main(String\[\] args) { port(4567); new Initializer().init(); } } 

A classe Initializer possui configurações extras e inicializa os endpoints. Segue um exemplo.

 import br.com.jopss.microservico.correios.infra.CorreiosEndpoints; import br.com.jopss.microservico.correios.infra.JsonTransformer; import br.com.jopss.microservico.correios.dominio.ICorreiosService; import static spark.Spark.\*;

public class CorreiosEndpoint extends CorreiosEndpoints {

public void publish() { get("/:versao/correios/ufs", "text/plain", (req, resp)) { ICorreiosService servico = super.getServico(req, ICorreiosService.class); return super.retornar(servico.buscarUfs(), resp); }, new JsonTransformer()); } } 

O Spark disponibiliza método estáticos get e post para adicionarmos as nossas regras. Esses métodos possuem três parâmetros:

  1. Uma String contendo a URL.
  2. Outra String contendo o Content-Type.
  3. Um objeto da interface Route, que possui um único método com Request e Response, e como tal, podemos usar o Lambda do Java 8.

A indicação que iremos retornar como resultado um JSON é feita pela classe JsonTransformer. Há dois detalhes a serem vistos nesse código acima, que foi feito para o nosso projeto.

Primeiro é a identificação da versão na URL. Essa versão irá verificar internamente qual ação corresponde aquela versão. Assim, podemos ter publicado, para um mesmo Service, duas ou três versões distintas. Quando faço

 super.getServico(req, ICorreiosService.class) 

Internamente ele identifica qual versão daquele serviço será injetado (utilizamos o Spring IoC para isso).

O segundo detalhe é o retorno. A chamada a

 super.retornar(servico.buscarUfs(), resp); 

Cria o retorno de um objeto único Resposta, a ser encapsulado os dados e mensagens.

Essas configurações são passos extras que pode deixar seu microserviço um pouco mais inteligente. A versão e a resposta única padroniza os dados e as regras, melhorando a manutenção. Podemos por exemplo adicionar um novo campo de resposta ou uma nova versão de regra sem quebrar os acessos já existentes.

O exemplo acima mais detalhado com a configuração total pode ser conferido no github.

  1. Clone o projeto: git clone https://github.com/jopss/microservico-correios.git
  2. Execute o maven: mvn clean install.
  3. Configure a base de dados PostgreSQL ("bd_correios_desenv" com o schema "main").
  4. Importe na sua IDE e execute a classe Main (como uma aplicação java desktop mesmo).
  5. Acesse pelo navegador: http://localhost:4567/

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