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Engenharia de Software: um guia sobre a área, carreira, mercado e formação

Engenharia de Software: um guia sobre a área, carreira, mercado e formação
Marcos Devaner
Marcos Devaner

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Imagine que você está planejando construir uma casa. Você não começaria empilhando tijolos de forma aleatória, certo?

Primeiro, você precisaria de uma pessoa arquiteta para criar um projeto detalhado, uma pessoa engenheira para garantir que a estrutura seja segura e sólida e uma equipe de construtores qualificados para transformar o plano em realidade.

Sem esse planejamento e esses profissionais, a casa poderia acabar insegura, ineficiente ou até mesmo desmoronar.

A criação de software segue um princípio semelhante. A engenharia de software é como a arquitetura e a engenharia de construção de uma casa.

Neste guia, exploraremos essa área, quais são as suas camadas, como a engenharia de software se diferencia da engenharia da computação e quais são as funções, habilidades indispensáveis e área de atuação de uma pessoa engenheira de software.

Além disso, abordaremos o mercado de trabalho, salários, possibilidades de formação e dicas importantes para quem deseja entrar nessa área.

Prepare-se para uma jornada pelo mundo da engenharia de software e descubra como dar os primeiros passos para essa carreira!

O que é Engenharia de Software?

A engenharia de software é uma disciplina da engenharia que se preocupa com todos os aspectos da produção de software.

O Instituto de engenheiros eletricistas e eletrônicos (IEEE) define engenharia de software como “a utilização de uma metodologia sistemática, disciplinada e mensurável no desenvolvimento, operação e manutenção de software”.

Esses procedimentos visam assegurar a qualidade de um produto de software através da estruturação do projeto, promovendo maior eficiência e oferecendo os recursos necessários para a produção de software de alta qualidade e desempenho.

A engenharia de software possui um modelo em camadas que define uma estrutura com foco na qualidade.

Essas camadas são qualidade, processos, métodos e ferramentas, como apresentado na figura abaixo.

Fluxograma que apresenta as camadas da engenharia de software. A primeira camada é “Ferramentas”, referente a ela está escrito “as ferramentas dão suporte às metodologias e processos adotados para a engenharia de software. A segunda camada é “Métodos”, referente a ela está escrito “os métodos definem como um software deverá ser produzido.” A terceira camada é “Processos”, referente a ela está escrito “os processos correspondem a um conjunto de atividades para a produção de um software.” A quarta e última camada é “Qualidade” e referente a ela está escrito “o foco na qualidade deve ser fundamento para todas as camadas”.

As camadas da engenharia de software são fundamentadas sobre a base do foco na qualidade.

Cada camada define, de forma geral, um conjunto de processos, métodos e ferramentas que podem ser adaptados para diferentes contextos de projetos de software.

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Quais são as camadas da Engenharia de Software

Aqui estão as principais camadas da Engenharia de Software:

Qualidade

Para garantir que um software tenha a utilidade e qualidade desejada, é preciso definir métricas de qualidade a serem observadas durante todo o processo de desenvolvimento, como, por exemplo, desempenho do software, boa usabilidade, tolerância ao erro, acessibilidade, entre outros.

Você pode conferir um pouco mais sobre qualidade de software nesse artigo.

Processos

A engenharia de software segue uma metodologia com cinco etapas principais: comunicação, planejamento, modelagem, construção e entrega.

Essas etapas são flexíveis e podem ser adaptadas para criar modelos de desenvolvimento de software, como os paradigmas em cascata, prototipação, evolucionário, unificado, entre outros, como mostra a imagem:

Fluxograma que apresenta os processos da engenharia de software. Primeiro o cliente faz a solicitação do que deseja, a pessoa engenheira de software recebe o pedido e seleciona o melhor modelo de processos para produzir o software. Dentre os modelos, o fluxograma apresenta as opções: genérico, cascata, prototipação, evolucionário, processos unificados. Após a seleção do modelo o software será produzido.

Vale ressaltar que esses modelos podem ser ajustados ao longo do tempo para atender às necessidades específicas de cada projeto.

Como apresentado na figura, o cliente expressa para a pessoa engenheira de software o que deseja e esse profissional define qual processo é mais adequado para construção do software desejado pelo cliente.

Vejamos um pouco sobre cada processo citado:

  • Genérico: estabelece uma metodologia de processos genérica, ou seja, definindo a comunicação, planejamento, modelagem, construção e entrega como as cinco atividades metodológicas que podem ser aplicadas a todos os projetos de software, independente da complexidade ou do tamanho do software que desejamos desenvolver.
  • Cascata: é um método linear e sequencial na engenharia de software, com atividades como especificação de requisitos, planejamento, modelagem, construção, entrega e suporte. Porém, sua rigidez sequencial não se adapta bem a projetos reais, já que é difícil para o cliente antecipar todas as suas necessidades no início.
  • Prototipação: um protótipo é uma simulação ou parte de um sistema usado para identificar e definir requisitos de software com os stakeholders (partes interessadas). Começa-se com comunicação para definir objetivos gerais e requisitos. Depois, um protótipo é rapidamente projetado, construído e entregue para validação dos stakeholders. O feedback deles é então usado para refinar os requisitos, melhorando a entrega final. Este modelo pode ser combinado com outros para alinhar expectativas com o cliente e definir requisitos de forma eficaz.
  • Evolucionário: propõe criar uma versão inicial do software que evolui à medida que os requisitos são refinados. Isso permite criar um produto mínimo viável, que cresce em recursos conforme as demandas do projeto.
  • Unificado: o Processo Unificado (UP), também conhecido como RUP (Rational Unified Process), combina elementos dos modelos tradicionais em um fluxo iterativo e incremental. Dividido em cinco fases - concepção, elaboração, construção, transição e produção - é adequado para projetos complexos. A abordagem iterativa e incremental do RUP permite entregas contínuas, agilizando o processo de desenvolvimento e entrega de software.

Métodos

Os métodos definem como os processos serão aplicados, visando trazer mais agilidade e qualidade para a execução dos processos e consequentemente para o produto final.

Um grupo de desenvolvedores percebeu a necessidade de métodos mais ágeis para a produção de software.

Para promover essa cultura elaboraram o "Manifesto para o Desenvolvimento Ágil de Software", definindo valores fundamentais:

  1. Priorizar indivíduos e interações sobre processos e ferramentas;
  2. Funcionalidade do software sobre documentação extensiva;
  3. Colaboração com clientes em vez de negociações contratuais;
  4. Capacidade de resposta a mudanças em vez de aderência a um plano.

O manifesto ágil também estabelece 12 princípios:

  • 1 - Geração de valor: satisfação do cliente com entregas rápidas e contínuas;
  • 2 - Flexibilidade: aceitação de mudanças tardias no escopo do projeto;
  • 3 - Entregas contínuas: fornecimento regular de incrementos funcionais em prazos curtos;
  • 4 - União e cooperação: colaboração constante entre equipe e stakeholders;
  • 5 - Motivação: criação de ambiente favorável para construir confiança;
  • 6 - Comunicação: diálogo direto entre membros da equipe;
  • 7 - Funcionalidade: progresso medido pelo funcionamento do software;
  • 8 - Sustentabilidade e evolução: desenvolvimento constante e sustentável até a conclusão;
  • 9 - Qualidade: foco na excelência técnica no design do software;
  • 10 - Simplicidade: minimização do trabalho desnecessário;
  • 11 - Organização: melhores resultados com equipes auto-organizadas;
  • 12 - Autoavaliação: reflexão regular para aprimoramento do desempenho.

Antes mesmo que o manifesto ágil ficasse conhecido, algumas metodologias ágeis como XP e SCRUM já vinham sendo adotadas por algumas empresas e instituições.

Essas metodologias, permitem o alinhamento entre processos tradicionais de desenvolvimento e o desenvolvimento ágil.

  • Extreme Programming (XP):

A Programação Extrema (do inglês, Extreme Programming) propõe quatro atividades metodológicas, envolvendo regras e prática que devem ser aplicadas constantemente a um projeto de software. Essas atividades são: planejamento, projeto, codificação e testes.

Aprenda mais sobre essa metodologia com o curso Extreme Programming: metodologia de desenvolvimento ágil de software.

  • SCRUM:

A metodologia SCRUM é uma metodologia ágil para projetos complexos, visando menor tempo e recursos.

Seus benefícios incluem adaptação a mudanças constantes nos requisitos, gerenciamento do fluxo de trabalho, equipes autogerenciáveis, entregas incrementais, identificação de problemas e valorização dos indivíduos sobre os processos.

Fluxograma que apresenta a dinâmica da metodologia scrum. Primeiro é realizado o backlog do produto, em seguida o backlog da sprint, na sequência serão realizadas as reuniões diárias (sprint) e por fim o incremento no produto.
  • Backlog do produto: É um conjunto de tarefas para o desenvolvimento do software, geradas a partir do levantamento de requisitos com o cliente, seguindo a metodologia XP, que propõe a criação de histórias do usuário para compor o backlog.
  • Backlog de sprint: É um subconjunto de tarefas selecionadas do backlog do produto, priorizadas para serem implementadas em um sprint. Essas tarefas são integradas como incrementos ao software em desenvolvimento.
  • Sprint: É um ciclo de desenvolvimento com duração de 2 a 4 semanas, onde ocorrem processos de codificação e testes conforme sugerido pela metodologia XP, por exemplo.

O resultado de um sprint é um incremento ou recurso a ser integrado ao software em desenvolvimento.

A criação de um backlog do produto ajuda no planejamento do projeto, permitindo dividir as tarefas em backlogs de sprints e visualizar quantos sprints serão necessários até a entrega final do software.

Entenda como o Scrum pode ser aplicado em diferentes contextos e projetos com o curso “Scrum - agilidade em seu projeto”.

Ferramentas

As ferramentas são softwares utilizados para dar suporte a cada etapa do desenvolvimento de um projeto de software.

Essas ferramentas também podem servir para automatizar processos, tornando o desenvolvimento mais rápido e eficiente.

Vejamos algumas ferramentas que podem ser utilizadas em diferentes fases do desenvolvimento, considerando o modelo genérico da engenharia de software (comunicação, planejamento, modelagem, construção e entrega).

1 - Comunicação e Planejamento

A fase de comunicação e planejamento corresponde ao levantamento de requisitos junto às partes interessadas e a criação de um backlog para desenvolvimento. Para isso, podem ser utilizadas as seguintes ferramentas:

  • Slack para a comunicação e a colaboração entre as equipe;
  • Jira ou Azure para criação do backlog do produto e das entregas contínuas.

2 - Modelagem

A modelagem é essencial para criar representações visuais e abstratas do sistema que está sendo desenvolvido. Ferramentas utilizadas nesta fase incluem:

  • Figma para design e prototipação;
  • Astah para criação de diagramas UML (Unified Modeling Language).

3 - Construção

A fase de construção corresponde ao processo de implementação ou codificação e verificação com a realização de testes. Para isso, podem ser utilizadas as seguintes ferramentas:

  • Eclipse, Visual Studio Code, entre outros como ambiente de desenvolvimento integrado;
  • Git para manter um controle e versionamento do projeto. Além disso, o uso dessa ferramenta também auxilia no merge (integração) com códigos anteriores caso existam;
  • Jira para gerenciamento das tarefas a serem desenvolvidas.

Os testes devem ser realizados de forma contínua. Para isso, podem ser adotadas ferramentas e metodologias como Behavior-Driven Development (BDD).

Nessa fase, poderão ser utilizadas as seguintes ferramentas:

  • jUnit para criação de testes de unidade;
  • Vagrant para criar e manter ambientes de desenvolvimento virtuais portáteis, utilizando VirtualBox, KVM, Hyper-V, Docker containers, VMware, e AWS;
  • Selenium para criação de testes funcionais automatizados;
  • jMeter para realização de testes de carga e de estresse;
  • Mantis para o gerenciamento de bugs.

4 - Entrega

A fase de entrega corresponde ao processo de integração, em que a parte do software desenvolvida é integrada ao software em desenvolvimento. Essa integração deve ser feita de forma contínua com uma boa comunicação entre a equipe de desenvolvimento e a equipe de operações. Nessa fase, poderão ser utilizadas as seguintes ferramentas:

  • Git para controle de versão e gerenciamento dos merges de integração;
  • Docker para virtualização de nível de sistema operacional para entregar software em pacotes chamados contêineres;
  • Jenkins para automatização do processo de integração contínua;
  • Ansible para o gerenciamento de implantação da aplicação.

Essas camadas interagem e se sobrepõem na prática diária de pessoas engenheiras de software, fornecendo uma estrutura sistemática para desenvolver software de alta qualidade, seguro e eficiente.

Por isso é importante ser versátil, ter habilidades em análise, design, codificação, teste, manutenção e gestão, além de se manter atualizado com as melhores práticas e ferramentas do mercado.

Engenharia de Software X Engenharia da Computação

Enquanto a engenharia de software está diretamente relacionada à criação e ao desenvolvimento de software, a engenharia de computação abrange um espectro mais amplo de áreas e trata do projeto e da integração de sistemas computacionais completos.

Para ilustrar essa diferença, pense em uma pessoa engenheira de software como uma pessoa arquiteta e decoradora de interiores.

Ela se concentra em projetar o layout de um apartamento ou escritório, escolhendo a estética, a funcionalidade e os detalhes dos interiores.

Além disso, determina como os quartos se conectam, onde os móveis serão colocados, e como a iluminação será ajustada para criar um ambiente agradável e eficiente.

A engenharia de software concentra-se na criação e no desenvolvimento de software, abordando aspectos como a concepção e design, a implementação (codificação do software utilizando linguagens de programação), o teste e a manutenção de sistemas de software.

Seu principal objetivo é garantir que os softwares sejam desenvolvidos de forma eficiente, confiável e com alta qualidade, seguindo metodologias e processos específicos para alcançar esses objetivos.

Agora, imagine uma pessoa engenheira da computação como uma pessoa da engenharia civil e elétrica.

Ela concentra-se na construção física da infraestrutura que suporta o edifício, incluindo a fundação, as vigas de aço, a fiação elétrica e os sistemas de encanamento.

Assim, garantem que a estrutura seja sólida, que a eletricidade flua corretamente e que os sistemas essenciais funcionem sem falhas.

Dessa forma, a engenharia de computação engloba uma gama mais ampla de áreas.

Ela aborda o projeto, o desenvolvimento e a integração de sistemas computacionais completos, incluindo tanto o hardware (componentes físicos, como processadores, placas de circuito e dispositivos eletrônicos) quanto o software necessários para seu funcionamento.

O que faz uma pessoa engenheira de software?

Uma pessoa engenheira de software desempenha um papel fundamental em diversas etapas do ciclo de vida do desenvolvimento de software.

Isso inclui participação ativa em projetos, desenvolvimento, testes e manutenção de software.

Desde maio de 2018, a profissão de engenharia de software passou a ser oficialmente regulamentada, exigindo formação específica na área para registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).

Além das responsabilidades mencionadas, essa pessoa profissional também colabora com equipes multidisciplinares para atingir objetivos de negócios e satisfazer as necessidades dos clientes.

Sua expertise abrange desde a concepção inicial do software até a sua implantação e manutenção ao longo do ciclo de vida do produto.

Quais são as áreas de atuação em Engenharia de Software?

Por ser uma profissão com amplas possibilidades de atuação, as pessoas engenheiras de software pode atuar em:

  • Análise de requisitos: compreender os requisitos do usuário e transformá-los em especificações técnicas para o desenvolvimento do software;
  • Design de software: criar arquiteturas e designs de software que atendam aos requisitos e sejam escaláveis, eficientes e seguros;
  • Programação: escrever código limpo e eficiente em várias linguagens de programação para implementar funcionalidades e resolver problemas;
  • Teste de software: desenvolver e executar testes para garantir a qualidade do software, identificando e corrigindo bugs e falhas;
  • Manutenção e atualização: realizar atualizações, correções de bugs e melhorias no software existente para garantir que ele funcione de forma confiável e eficaz ao longo do tempo.

Essas são apenas algumas das principais possibilidades de atuação e habilidades técnicas (hard skills) necessárias para engenharia de software.

Porém, a natureza exata do trabalho pode variar dependendo do contexto da empresa e do projeto em que estão envolvidos.

Pensado de maneira mais prática, uma pessoa engenheira de software pode atuar em projetos que envolve:

  • Desenvolvimento de aplicações: web, mobile, desktop, games etc.
  • Engenharia de sistemas: operacionais e sistemas embarcados para dispositivos específicos, como eletrodomésticos, automóveis, e equipamentos médicos.
  • Desenvolvimento de infraestrutura e ferramentas: nas áreas de DevOps e computação em nuvem.
  • Ferramentas de desenvolvimento: como editores de código, IDEs e frameworks.
  • Engenharia de dados: big data e com design, implementação e manutenção de bancos de dados.
  • Inteligência artificial e machine learning: no desenvolvimento de algoritmos e sistemas de aprendizado de máquina.
  • Segurança da informação: atuando em áreas como cibersegurança e criptografia.
  • Teste e Qualidade de Software: atuando como QA (Quality Assurance) e realizando automação de testes.
  • Gestão de projetos e produtos de software: como gerente de produto (product management) para gerir o ciclo de vida de produtos de software.
  • Consultoria e treinamento: realizando aconselhamento técnico para empresas e projetos específicos, além da possibilidade de ministrar cursos e treinamentos para novas pessoas desenvolvedoras e equipes.

Essas áreas podem se sobrepor e uma pessoa engenheira de software pode atuar em mais de uma delas, dependendo das suas habilidades e interesses.

A evolução constante da tecnologia também abre novas oportunidades e nichos de atuação dentro do campo da engenharia de software.

Quais são as habilidades necessárias para trabalhar com Engenharia de Software?

Confira algumas habilidades importantes (soft skills) para uma pessoa engenheira de software:

  • Colaboração em equipe: trabalhar em equipe com outras pessoas engenheiras de software, designers, gerentes de projeto e outras partes interessadas para desenvolver e entregar produtos de software de alta qualidade;
  • Aprendizado contínuo: manter-se atualizado com as últimas tecnologias, ferramentas e práticas de desenvolvimento de software para melhorar constantemente suas habilidades e conhecimentos;
  • Comunicação clara: comunicar de forma clara e objetiva é essencial na engenharia de software. Uma comunicação eficaz pode melhorar a colaboração, reduzir conflitos e aumentar a eficiência da equipe;
  • Resolução de problemas: como pessoa engenheira de software, enfrentará diversos desafios, não apenas técnicos. A habilidade de pensar criticamente e encontrar soluções eficazes para diferentes situações é crucial e valorizada nesse contexto;
  • Adaptabilidade: os profissionais de engenharia de software precisam se adaptar constantemente às mudanças tecnológicas, como o surgimento de novas linguagens de programação, frameworks e tecnologias. Estar aberto a aprender novos conhecimentos é essencial para o sucesso nesse campo em constante evolução.

Como é o mercado de trabalho em Engenharia de Software?

O mercado de engenharia de software é dinâmico e apresenta uma demanda crescente por profissionais qualificados.

A seguir, confira uma análise detalhada do setor, baseada em dados recentes e tendências do mercado.

O Mercado de Software

A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), em parceria com o International Data Corporation (IDC), divulgou o "Estudo Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2023".

Segundo o IDC, o Brasil representou 1,65% dos investimentos globais em tecnologia e 36% dos investimentos na América Latina, mantendo-se como líder na região com US$ 45,2 bilhões investidos.

Esses números indicam um mercado crescente que impacta diretamente o número de vagas de emprego e os salários na área de engenharia de software.

Vale ressaltar que esse crescimento também está relacionado à ascensão de novas tecnologias como a inteligencia artificial, internet das coisas (IoT), big data, entre outras.

Salários e Perspectivas de Carreira

Segundo o Vagas.com, pessoas engenheiras de software no Brasil podem iniciar suas carreiras com um salário médio de R$ 4.356,00.

Com a progressão na profissão, esses valores podem aumentar para até R$ 8.594,00, com o salário médio situando-se em torno de R$ 6.303,00.

Isso evidencia que a carreira em engenharia de software é promissora, oferecendo oportunidades significativas de crescimento profissional e financeiro.

Gráfico apresentando média salarial de uma pessoa engenheira de software por nível de experiência.

É importante notar que esses valores são médias e podem variar consideravelmente entre diferentes regiões do Brasil e partes do mundo.

Fatores como o custo de vida local, a demanda regional por profissionais de tecnologia e a experiência específica da pessoa engenheira de software podem influenciar os salários.

Portanto, esses números devem ser vistos como um guia geral para termos uma noção de valores.

Como construir uma carreira em Engenharia de Software?

A construção de uma carreira em engenharia de software envolve várias etapas e um compromisso contínuo com o aprendizado e o desenvolvimento profissional.

A educação formal pode ser um ponto de partida. Para isso você tem as seguintes opções:

Graduação: obter um diploma de bacharelado em Ciência da Computação, Engenharia de Software ou áreas relacionadas é uma escolha comum. Esses cursos oferecem uma base sólida em: programação, algoritmos, estruturas de dados e engenharia de software.

Cursos Técnicos e Certificações: além da graduação, cursos técnicos e certificações específicas como AWS, Google Cloud, e certificações em linguagens de programação (Java, Python, etc.) podem ser úteis para especializações e atualização constante dos conhecimentos.

Como é o curso de Engenharia de Software e o que se aprende?

O curso de engenharia de software prepara as pessoas para desenvolver e manter sistemas de software complexos e de alta qualidade.

Nesse sentido, a estrutura curricular de um curso de graduação geralmente tem como base:

  • Fundamentos de computação, como programação e algoritmos;
  • Áreas matemáticas essenciais, como cálculo, álgebra linear e estatística;
  • Processos de desenvolvimento de software, análise e projeto de sistemas, testes e garantia de qualidade, e gestão de projetos de software;
  • Tecnologias e ferramentas essenciais, incluindo bancos de dados, desenvolvimento web e mobile, sistemas operacionais e redes de computadores;
  • As disciplinas também abrangem inteligência artificial, segurança da informação e tecnologias mais atuais do mercado.

Durante o curso de engenharia de software ou áreas afins, as pessoas estudantes devem aplicar seus conhecimentos em projetos práticos e em um trabalho de conclusão de curso, além de ganhar experiência prática por meio de estágios supervisionados.

Curso de graduação de Engenharia de Software da FIAP

O curso de Engenharia de Software da FIAP integra o que há de mais atual e avançado em linguagens de programação, produção de software e desenvolvimento de aplicativos, preparando você para ser uma pessoa engenheira do mundo digital.

Com esse curso você:

  • Aprenderá as melhores linguagens de programação para criar sites responsivos e acessíveis;
  • Dominará IA’s generativas como ChatGPT, LLAMA, e Bard, integrando essas tecnologias no seu workflow;
  • Aplicará o desenvolvimento orientado à segurança e tome decisões estratégicas baseadas em dados;
  • Fará a manipulação de dados e os aplicará conceitos de Cyber Security;
  • Será imerso em Python, bancos de dados, Programação Orientada a Objetos com Java, e metodologia Agile com Squad Framework;
  • Irá se preparar para ser um pioneiro no metaverso, desenvolvendo digital twins e aplicando blockchain;
  • Expandirá suas possibilidades com Big Data, IA, machine learning, e robotic process automation.

A FIAP tem como proposta formar profissionais que dominem as linguagens de programação mais avançadas, para atuar como dev Full Stack.

Além disso, ao se graduar você poderá exercer funções de DevSecOps e aplicar conceitos de Data Driven Specialist, tornando-se uma pessoa profissional ideal para o cenário atual das organizações.

Quanto tempo dura o curso de Engenharia de Software?

O tempo médio de uma graduação em engenharia de software é de aproximadamente quatro a cinco anos.

Esse período pode variar dependendo da instituição de ensino, da carga horária total do curso e do regime de estudos adotado (integral, noturno, etc.).

Dicas essenciais para quem está começando na área de engenharia de software

É muito importante o aprendizado contínuo, pois o mundo da tecnologia está sempre inovando e se transformando.

Por isso, é preciso estar atento às mudanças e novas tendências. Para estar sempre atualizado, você pode fazer:

  • Cursos online para aprender novas habilidades e tecnologias;
  • Workshops para obter conhecimento prático e especializado;
  • Leitura de livros e artigos técnicos da área.

Participar de eventos como conferências de tecnologia, meetups e hackathons é fundamental para networking e aprendizado.

Além disso, conectar-se com outros profissionais da área por meio de plataformas como LinkedIn amplia as oportunidades de interação e crescimento na carreira de engenharia de software.

Formação em Engenharia de Software da Alura

Se você deseja iniciar seus estudos em nessa área que está em constante crescimento, aprendendo sobre:

  • Gestão de requisitos;
  • Arquitetura e design de sistemas;
  • Padrões de projeto;
  • Banco de dados;
  • Testes de software;
  • Gestão de projetos; e
  • Infraestrutura e deploy.

A formação de Engenharia de Software da Alura está organizada com diversos conteúdos que contemplam esses conteúdos, de maneira que você possa adquirir os conhecimentos necessários para ter uma boa visão sobre esta área tão importante da computação.

Conclusão

Através de métodos bem definidos, ferramentas especializadas e processos adaptáveis, a engenharia de software não só otimiza o desenvolvimento de sistemas complexos, mas também promove uma colaboração eficaz entre equipes multifuncionais, resultando em produtos que são ao mesmo tempo inovadores, qualificados e confiáveis.

Se você tem interesse nessa área, vale ressaltar que o mercado de trabalho para pessoas engenheiras de software continua a crescer, impulsionado por avanços tecnológicos em áreas como inteligência artificial, internet das coisas, big data, entre outros.

E aí, já está se preparando para dar o primeiro passo nessa carreira?

Inicie já seus estudos e esteja posicionado para enfrentar os desafios futuros no mercado de trabalho e contribuir para a evolução tecnológica.


Sobre o autor

Homem branco com barba e cabelos castanhos. Veste uma camisa branca e a sua frente há um notebook aberto. Ao fundo há uma janela de vidro que mostra uma visão panorâmica de uma cidade com prédios e árvores.

Marcos Devaner, Doutor em engenharia da computação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, atuou como professor do departamento de informática da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Possui experiência em projetos de pesquisa de engenharia de software, acessibilidade em sistemas computacionais, educação inclusiva e visão computacional. Atualmente trabalha no IREDE - Instituto de Gestão, Redes Tecnológicas e Energias, envolvido na gestão de projetos de software.

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