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Da ideia à produção - O papel do Gerente de Produtos

Da ideia à produção - O papel do Gerente de Produtos
adriano.almeida
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Durante os mais de 10 anos da Caelum, sempre desenvolvemos projetos de software para diferentes tipos de clientes. Desde empresas, clientes internos e até mesmo projetos para a comunidade - como o ondetrabalhar.com - e diferentes projetos open-source.

Recentemente, tivemos o lançamento de dois grandes produtos: a Casa do Código e o Alura, que hoje em dia possuem até mesmo seu próprio CNPJ e quadro de colaboradores.

Entretanto, como surgiram as ideias para esses produtos (que depois viraram empresas)? Como saber se há um mercado para isso? O que fazer para validar esses projetos? Como conseguir os primeiros usuários? Todas estas questões (e várias outras) são desafios tratados pelo Gerente de Produtos.

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Como surgiu a Casa do Código?

Tudo começou com uma aventura. Em meados de 2010, decidimos escrever nosso primeiro livro, sobre Arquitetura de Software. Durante a escrita, vimos que todo o processo das editoras tradicionais eram bastante burocráticos e cheio de gargalos. Nada comparado ao universo ágil que estamos acostumados hoje em dia.

Outro problema que tivemos foi a falta de atenção com os e-books. Perdemos as contas de quantas vezes ouvimos reclamações de leitores que não conseguiam abrir seus arquivos em nenhum tipo de E-reader.

Assim, conseguimos sentir a dor do processo para criação de um livro. Ouvimos nossos clientes e enxergamos aí uma oportunidade: "Por que, então, não fazer um método ágil e sem burocracias para a publicação de livros, dando grande atenção ao e-book, como as pessoas querem?".

Saber a necessidade dos seus clientes é importante, mas também é preciso ir além. Temos que ter ideia do mercado potencial para aquele produto, caso contrário, pode não valer a pena o investimento.

O Gestor de Produtos trabalha em todos esses pontos: ouvindo os clientes, sondando o mercado e analisando a viabilidade do que vai ser criado e acompanhando a produção.

Desenvolvimento do produto

Uma das principais formas de perceber se um produto é viável (ou não) e se existe uma aceitação do público é desenvolvendo e colocando-o no ar para que os primeiros clientes já consigam testá-lo.

Nesse momento, o Gestor de Produtos terá que priorizar quais funcionalidades aparentam ter maior impacto, para que essas sejam desenvolvidas primeiro e em uma ordem lógica.

É aqui que um Produto Mínimo Viável (MVP) será produzido com o mínimo necessário de recursos que chamem atenção do público para, assim, poder avaliar os próximos passos a serem seguidos.

O Gerente de Produtos precisa entender de desenvolvimento de sistemas, pois, assim, poderá avaliar o que dará mais trabalho para o desenvolvimento (em conjunto com o líder técnico da equipe de desenvolvimento) ou fazer com que o lançamento dessa primeira versão leve muito mais tempo do que o necessário, fazendo com que o produto até mesmo perca seu timing.

Conseguindo feedback com Customer Development

Uma vez pronto essa primeira versão, chega o momento de colocá-la no ar. Quais serão os primeiros usuários a acessá-la?

Uma recomendação que seguimos aqui na Caelum, mas não necessariamente uma regra, é escolher um pequeno grupo dentro de nossos clientes para fazer uma avaliação do produto.

Trocamos e-mails com eles para que deem sua opinião e, em alguns casos, até conversamos pessoalmente, para conseguirmos ter uma crítica mais detalhada.

Esse processo de entender os clientes envolve também a análise de métricas do sistema e estatísticas que não sejam evidentes. Uma espécie de feedback, extraído das informações de uso dos usuários.

Próximas iterações

Cabe ao Gerente de Produtos, em conjunto com outras áreas, decidir a partir dos feedbacks dos usuários e necessidades do projeto, quais os próximos caminhos que deverão ser seguidos. Caso necessário, ele poderá mudar até mesmo a direção do produto e repriorizar o que deve ser feito. É um ciclo.

Vale notar que o Gerente de Produtos está presente em todas as fases do produto, inclusive após ele ir para o ar. Assim, ele acompanhará seu uso, tendo novos insights, e enxergará oportunidades e falhas.

É uma tarefa multidisciplinar, na qual é preciso conhecimento do negócio, gestão de pessoas e experiência com desenvolvimento, marketing, finanças e vários outros assuntos. Por ser um papel fundamental para a inovação dos empreendimentos e por ter uma importância estratégica, grandes empresas possuem, cada vez mais, pessoas dedicadas a esse cargo (às vezes com outro nome). No Brasil alguns nomes se destacam, como o Joaquim Torres e o Dov Bigio, que organizaram recentemente o 1o Encontro Brasileiro de Gestão de Produtos de Software.

E na sua empresa, também há uma pessoa com o papel do Gerente de Produtos? Quais são as atribuições dele? E você, consegue se ver desempenhando esse papel?

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