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Como foi o Agile Brazil 2013?

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De 26 a 29 de junho aconteceu na capital federal o Agile Brazil 2013. O evento contou com palestras gerais, técnicas e inovadoras, como a trilha governo, que por estarmos na capital do serviço público, não poderia deixar de existir. A Caelum esteve fortemente presente com palestras e participantes.

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O primeiro dia teve como keynote Patrick Kua, arquiteto da ThoughtWorks. O principal tema de sua palestra foi como deixar as pessoas comprometidas, tentando fazer o máximo para liberar o "human potential". Ele levantou alguns pontos mais gerais como o que faz as pessoas ficarem engajadas é ver que o seu trabalho contribui para algo melhor e que o relacionamento entre a TI e a área de negócios está na confiança em se entregar software. Kua ressaltou bem esse ponto, exemplificando que uma vez precisava dar um descanso para sua equipe e apesar dos prazos apertados, a equipe de negócios não negou, pois tinha confiança na capacidade de entrega da equipe.

Patrick também trouxe um gráfico muito interessante composto por desafio (eixo Y) e habilidade (eixo x). A conclusão é simples, se o desafio for muito grande e o desenvolvedor tem pouca habilidade, a tendência é ficar ansioso, por outro lado, se o desafio é muito pequeno e a habilidade grande, a tendência é ficar enjoado, desmotivado. O ideal é ficar numa área que ele definiu como FLOW, que assim o fluxo de entrega se mantém constante.

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O Arquiteto também trouxe como foram suas experiências usando práticas ágeis em alguns projetos como por exemplo, migrar aplicação ASP para JAVA. Ressaltou que ciclos rápidos de 2 semanas, TDD, reuniões de retrospectiva, integração contínua e pair programming foram essenciais para o sucesso.

Até aí você pode não acreditar muito no efeito destas técnicas, mas ele trouxe um dado interessante. O Governo Britânico tentou implantar um sistema de saúde para cadastro de pacientes por 8 anos e já gastaram algo em torno de 12.7 milhoes pounds. Ele assumiram o projeto e em pouco tempo (menos de 1 ano) já conseguiram entregar resultados relevantes.

Na novidade do evento, trilha governo, tivemos discussões principalmente voltadas a dois pontos: como usar metodologias ágeis na administração pública direta e indireta e como essas entidades podem contratar empresas terceirizadas para que elas trabalhem usando práticas ágeis. Sabemos que no serviço público as atitudes tendem a ser mais engessadas, todavia eu, particularmente, fiquei impressionado em como essas discussões estão avançadas.

O primeiro questionamento é um pouco mais fácil de lidar, talvez o ponto mais crítico que eu vi nos debates era como transpor a análise de pontos por função para um planning poker por exemplo. Já práticas como integração contínua, TDD, standup meetings estão bem sólidas.

Para o segundo questionamento, tivemos uma apresentação do pessoal do BACEN relatando como eles trabalham. Talvez o ponto mais crítico seja trabalhar com contratos de escopo aberto e não fechado, haja vista que eles devem atentar-se às regras definidas na lei de licitações 8.666/1993. Nesse tópico também tivemos uma exposição de servidores do TCU mostrando uma visão ainda não-oficial do órgão sobre o que eles acham sobre contrações baseadas em práticas ágeis. Ainda não está nada definido, mas só de ver que o pessoal que faz auditoria no serviço público está se preocupando em ver como o mercado está funcionando e dando uma especial atenção às práticas ágeis já é bem significativo.

Sobre palestras mais técnicas tivemos Kanban, Scrum, Story Mapping, Mocks e mais uma vez Mauricio Aniche trazendo tópicos muito interessantes sobre métricas de código, em especial como elas estão sendo utilizadas para melhorar a qualidade de código do Caelum Web, nosso sistema interno.

No segundo dia Rebbeca Parson, CTO da ThoughtWorks, trouxe uma visão mais ampla das práticas ágeis, também ressaltando o bom uso de métricas de código. Quão fácil é para outras pessoas entenderem seu código? Com qual frequência a principal classe do seu sistema é atualizada? Apesar de ter falado de uma maneira geral das práticas, achei interessante o quanto que ela ressaltou a influência que testes automatizados tem sobre o bom funcionamento do ciclo de vida do Software. "..It's not done until all the tests are passed..". E por fim, finalizando com a ideia principal: descobrir quais são os fatores que diferenciam a sua empresa no mercado e estar sempre preparado para mudanças.

Por fim, no último dia tivemos como KeyNote o excepcional Alexandre Gomes, representante brasiliense. Pare agora e se pergunte se algum dia você foi a algum evento técnico e ao final de alguma palestra, o palestrante recebeu uma salva de palmas com a platéia toda em pé. Pois é, nunca vi isso antes e por isso não precisa dizer que a palestra dele foi a melhor com sobras do evento. Obviamente por estamos em Brasília e o palestrante ser altamente politizado, ele correlacionou os protestos/manifestos que presenciamos no mês de junho com a dificuldade de desenvolver software. A palestra foi incrível e qualquer intenção de tentar sumarizá-la seria um grande pecado.

Parabéns a todos envolvidos e até o próximo evento!

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