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Como foi a Global Game Jam de 2018

Como foi a Global Game Jam de 2018
Ricardo Bugan Debs
Ricardo Bugan Debs

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Como o próprio nome diz, esse é um evento mundial que acontece anualmente, sempre próximo do dia 25 de janeiro. Depois de dez edições, a Global Game Jam já faz parte do calendário de muitos desenvolvedores de jogos, profissionais ou amadores, pelo mundo inteiro.

Apesar do evento não ser a única Game Jam no mundo, ela é a maior. Em 2018, participaram 42,800 "jammers" e foram feitos 8,606 jogos, em 108 países diferentes - doze países a mais que no ano passado.

Para conseguir organizar um evento desse tamanho, os criadores da GGJ pedem ajuda para a organização de sedes regionais, ao redor do mundo inteiro. Essa sedes servem de local de encontro para os participantes e quem tem interesse em participar, pode ir até uma, ou criar sua própria sede.

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Esse ano, o Brasil teve 48 sedes oficiais da GGJ, sendo que a maior delas, a sede localizada na PUC Paraná, teve 474 participantes e foi a quarta maior sede do mundo. Além da sede de Curitiba, o Brasil teve sedes em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Florianópolis, etc… A lista completa você encontra no próprio site da GGJ.

Quem participou do evento nesse ano, chegou na sede escolhida por volta da 17:00PM da sexta-feira ( 26\01 ) e assistiu ao vídeo de abertura da Jam:

Desta vez, o tema escolhido foi "Transmissão". Para anunciar o tema, o vídeo mostrava ondas de rádio, engrenagens, cabos de fibra ótica, etc… A proposta do tema é ser realmente abrangente, já que 40 mil pessoas vão utilizar esse único tema para criarem seus jogos.

Outra estratégia dos organizadores da Jam é colocar pequenos desafios opcionais para os desenvolvedores. Esses "diversificadores", como são chamados, podem ser aplicados nas diversas áreas que envolvem a criação de um jogo - Programação, Arte, Música, Design, Narrativa, etc...

Falando em diversas áreas do conhecimento, a criação de um jogo é, por essência, multidisciplinar, e por isso, a variedade de profissionais que se reúnem em eventos como esse é gigante. Participam da GGJ programadores, artistas, modeladores 3D, músicos….

Além da diversidade de habilidades, encontramos pessoas com diferentes níveis de experiência dentro de cada área. Desde novatos\estudantes até profissionais com anos de experiência desenvolvendo jogos.

A diversidade possibilita a troca de experiências entre todos os participantes de uma Jam que têm o desafio de criar um jogo do zero, isso cria um clima muito agradável para o evento, fazendo com que ele cresça a cada ano.

Mas, então, como é participar de uma Jam?

Participar de uma Jam, qualquer que seja, é muito divertido. Criar um jogo não é uma tarefa fácil e por isso mesmo o desafio, de criar um em 48 horas, é grande.

Depois que o tema é liberado, no final da tarde da sexta-feira, cada equipe se junta para discutir o que aquele tema traz de familiar, novo, inusitado e as possibilidades que cada um vê para a criação de um jogo.

A discussão sobre, o quão grande é o jogo que a equipe vai tentar fazer, habilidades individuais de cada membro e organização do grupo, acontece nesse momento inicial do evento. Aqui, todos estão com ideias na cabeça e tensos, pensando que em dois dias um jogo deve estar pronto.

Eu e minha equipe, seguimos o mesmo caminho. Nos juntamos para discutir as ideias que tinham surgido durante a apresentação do tema e começamos a pensar em vários jogos diferentes.

Passamos por jogos de espionagem, party games simulando um pega-pega em que o pegador espalhava uma doença para os outros, jogos de puzzle, um personagem viajando nas ondas de rádio… A quantidade de ideias possíveis com um único tema é enorme, ainda mais sendo um tema tão abrangente.

Depois que o grupo decidiu qual jogo faríamos, começamos a pensar na organização da equipe. Inicialmente, éramos em 3 e cada um teria suas responsabilidades na criação do nosso jogo.

Quando terminamos de definir o escopo do jogo e qual seria nosso cronograma, começamos a produção de fato. Eu segui fazendo a programação, utilizando apenas cubos enquanto esperava os modelos 3D que íamos implementar mais tarde.

A produção da sexta-feira foi até as duas horas da manhã, quando decidimos que estava tarde demais para continuar e que a equipe como um todo, precisava descansar. Apesar das poucas horas que trabalhamos no jogo, começávamos a ver algo palpável que mais pra frente iria se tornar um jogo.

Sábado de manhã, retomamos a produção do jogo, e por volta do meio da tarde, tínhamos nosso primeiro protótipo jogável. Ainda não tínhamos todos os modelos 3D, mas já conseguimos ter uma noção de como o jogo ficaria.

Como falei, inicialmente éramos em 3 pessoas mas, surgiram ideias novas durante a produção do jogo e com isso pedimos ajuda para um outro amigo gravar algumas falas para um personagem do nosso jogo.

Com o resto do tempo, acabamos refinando o protótipo base do jogo, adicionamos as falas que foram gravadas e no final do domingo mais um amigo veio ajudar com a interface gráfica e o logo do jogo. Depois de todo trabalho que tivemos, nos juntamos com o resto dos participantes da GGJ da nossa sede - Fatec São Caetano do Sul - para a apresentação dos jogos que foram feitos.

Afinal, depois de trabalhar durante 48 horas no seu jogo, você vai querer mostrar ele para alguém. No final do domingo, todas as equipe são convidadas a apresentar seus jogos para os outros participantes daquela sede. Além disso, os jogo ficam disponíveis no site oficial da Global Game Jam.

A apresentação dos jogos foi até a noite, por causa da grande quantidade de jogos que foram feitos nessa sede. Todas equipes estavam cansadas mas, a satisfação de ter ao menos um protótipo de jogo feito em 48 horas é tanta que o clima era de festa.

Gostou da proposta da Global Game Jam?

Se você já desenvolve jogos, essa é uma ótima opção para conhecer outros desenvolvedores e criar um portfólio. Se você não sabe como desenvolver um jogo, mas tem interesse em aprender, temos cursos aqui na Alura para você aprender a desenvolver em Unity e em Cocos Creator, duas engines muito legais para quem está começando.

Não quer esperar até o ano que vem para ver o que foi feito na Global Game Jam 2018?

No dia 20 de fevereiro teremos um encontro de desenvolvedores com a proposta de mostrarmos nossos jogos feitos durante a Global Game Jam. Se você participou, ou só quer ver os jogos que foram feitos, participe do 14° Encontro Game Developers Brazil às 19 horas, na rua Vergueiro 3185 - 2° Andar - proximo ao metro Vila Mariana.

Ricardo Bugan Debs
Ricardo Bugan Debs

Ricardo é designer de jogos, programador e instrutor. Trabalha desenvolvendo jogos desde 2012 e está sempre em busca de novas quests. Como instrutor, vê jogos como mundos interativos onde as pessoas entram para aprender.

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